DA REPORTAGEM LOCAL

Enquanto a série de cartas dos jesuítas não chega a São Paulo, a cidade já guarda uma relíquia: dois originais de José de Anchieta, de 1556 e 1570. Os documentos estão sob os cuidados do padre César Augusto dos Santos, 58, presidente da Canan (Associação Pró-Canonização de Anchieta).
Santos foi nomeado vice-postulador da causa de canonização de Anchieta pela Companhia de Jesus. Sua missão é comprovar um milagre do jesuíta (declarado beato pelo Vaticano em 1980), a fim de garantir que ele seja elevado à categoria de santo.
Além das cartas de Anchieta, o presidente da Canan tem em mãos o original da chamada "fórmula de votos" do padre Nóbrega. É o papel em que ele registrou suas promessas de pobreza, castidade e obediência perante Deus.
A carta de 1556 foi enviada de volta ao Brasil por volta de 1930, e a de 1570, no século 18. "E eu só tive acesso a essas relíquias em agosto do ano passado, quando morreu o padre Murilo Moutinho, que batalhava pela canonização de Anchieta e guardava seus documentos", diz Santos.
O padre deverá expor os originais no mês de dezembro deste ano, quando a Canan reeditará uma obra de dez volumes sobre a história da Companhia de Jesus, publicada entre 1938 e 1950 pelo padre Serafim Leite.
E não vai tirar o ineditismo da mostra do Pátio do Colégio? "Não, porque somos irmãos na mesma causa. A exposição do Pátio do Colégio terá como foco o lado historiador de Anchieta. No meu caso, será o resgate do jesuíta como cristão." (LAURA MATTOS)


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