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Comida/Crítica
Com fornos trazidos da Índia, Curry
é uma boa surpresa a ser descoberta
JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA
O Curry Comida Indiana
é uma boa surpresa,
com gosto de segredo a
ser descoberto. Fica numa
rua no Morumbi complicada
de achar, numa casa complicada de localizar (a numeração
não faz sentido) e onde é
complicado estacionar.
No entanto, atrás da discreta
entrada, revela-se um ambiente simples, mas com detalhes
que lhe dão aconchego.
Quadros indianos, lustres vermelhos com luz suave, mesas
de madeira (poucas) com cadeiras forradas de algodão indiano, uma cortina diáfana separando um pequeno lounge
com sofás estampados.
Aberto há um mês, o restaurante é extensão do bufê Curry,
que já existia há um ano e fica
ao lado de uma loja de decoração indiana. Sua proprietária é
a paulistana Manuela Mantegari Narvania, 35, que viveu na
Áustria (onde estudou hotelaria com foco na gastronomia) e
voltou ao Brasil há dez anos, casada com o indiano Manish
Narvania. Ela faz as funções de
chef de cozinha e de salão.
Seu cardápio recobre as cozinhas regionais indianas, abordando os pratos mais populares
e com boa opção vegetariana.
Os pratos são perfumados, e a
intensidade da pimenta fica a
critério do freguês, que é consultado. Dos dois fornos tandoor (fornos cilíndricos de barro, com carvão) trazidos da Índia saem assados e também o
gostoso e elástico pão naan.
Como entradas, duas versões
dos pasteizinhos samosas (de
batata, ervilha e uva passa ou de
frango). Do tandoor, vêm o
frango marinado em iogurte e
especiarias e o espeto de carne
moída de cordeiro. Das panelas, ensopados de camarão (pequeninos, mas cozidos com
parcimônia, tenros) com molho de curry ou de coco; de frango, em várias versões (como o
massala, com especiarias picantes); de cordeiro, em molho
de iogurte e especiarias, este
pedido bem apimentado (nada
de matar, picante como se deve); e a seção vegetariana, com
muitos legumes e o gatta (nhoque de farinha de grão-de-bico
ao molho de iogurte e açafrão).
Para beber, poucas opções
-salvam-se o lassi (iogurte batido, aqui com manga) e o gostoso chá servido com um pouco
de leite e cardamomo. Na sobremesa, o tradicional gulab jamun (bolinho de leite embebido em calda de pétala de rosa) é
delicado e sem muito açúcar.
josimar@basilico.com.br
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