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Moda come a arte e sai andando
da Reportagem Local
Seguindo o mote da próxima
Bienal, que tem como tema a antropofagia, os desfiles desta temporada irão canibalizar de vez as
artes plásticas e mostrar o que sobrou nas passarelas -e depois,
espera-se, nas ruas.
Grande parte dos desfiles desta
edição do MorumbiFashion será
marcado pelas cores, linhas e formas da arte.
A arte começa já no primeiro dia
de desfiles, com a certeza da M.Officer de que a arte é o caminho e de
que o fotógrafo e artista Arthur
Omar conhece a direção.
Omar, que já está selecionado
para a Bienal e que prepara novos
trabalhos este semestre para o cinquentenário do MAM-SP e para o
Itaú Cultural, vai ser o diretor do
que ele chama videodesfile, um
evento em que transmitirá em telões imagens simultâneas do desfile. A trilha será do próprio diretor
e de Naná Vasconcelos, ao vivo.
Omar já realizou para a M.Officer dois vídeos, "A Última Sereia" e "Pânico Sutil", sobre desfiles e coleções anteriores da marca, que contavam com intervenções de Tunga e de Cabelo.
No segundo dia, é a vez da Iódice
buscar nas cores (telas de Liubov
Popova), mas principalmente nas
linhas do construtivismo russo, o
caimento para suas criações.
Contemporâneas do construtivismo russo, as fotografias de Man
Ray servem de inspiração para
dois desfiles: o de Lino Villaventura, que trabalha com os conceitos
de positivo e negativo, preto e
branco; e o de Reinaldo Lourenço,
que preferiu seus geometrismos.
A arte brasileira, mas principalmente o neoconcretismo de Hélio
Oiticica e Amilcar de Castro, serve
de inspiração para os desfiles da
Patachou e da Forum.
Amilcar entra seja com padrões
geométricos, seja com os tons terrosos, na cartela de cores da coleção. A Zoomp incorpora a transformação das formas proposta por
Hélio Oiticica e Lygia Clark.
(CF)
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