São Paulo, sexta, 17 de julho de 1998

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Moda come a arte e sai andando

da Reportagem Local

Seguindo o mote da próxima Bienal, que tem como tema a antropofagia, os desfiles desta temporada irão canibalizar de vez as artes plásticas e mostrar o que sobrou nas passarelas -e depois, espera-se, nas ruas.
Grande parte dos desfiles desta edição do MorumbiFashion será marcado pelas cores, linhas e formas da arte.
A arte começa já no primeiro dia de desfiles, com a certeza da M.Officer de que a arte é o caminho e de que o fotógrafo e artista Arthur Omar conhece a direção.
Omar, que já está selecionado para a Bienal e que prepara novos trabalhos este semestre para o cinquentenário do MAM-SP e para o Itaú Cultural, vai ser o diretor do que ele chama videodesfile, um evento em que transmitirá em telões imagens simultâneas do desfile. A trilha será do próprio diretor e de Naná Vasconcelos, ao vivo.
Omar já realizou para a M.Officer dois vídeos, "A Última Sereia" e "Pânico Sutil", sobre desfiles e coleções anteriores da marca, que contavam com intervenções de Tunga e de Cabelo.
No segundo dia, é a vez da Iódice buscar nas cores (telas de Liubov Popova), mas principalmente nas linhas do construtivismo russo, o caimento para suas criações.
Contemporâneas do construtivismo russo, as fotografias de Man Ray servem de inspiração para dois desfiles: o de Lino Villaventura, que trabalha com os conceitos de positivo e negativo, preto e branco; e o de Reinaldo Lourenço, que preferiu seus geometrismos.
A arte brasileira, mas principalmente o neoconcretismo de Hélio Oiticica e Amilcar de Castro, serve de inspiração para os desfiles da Patachou e da Forum.
Amilcar entra seja com padrões geométricos, seja com os tons terrosos, na cartela de cores da coleção. A Zoomp incorpora a transformação das formas proposta por Hélio Oiticica e Lygia Clark. (CF)


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