São Paulo, sexta-feira, 17 de agosto de 2007

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Inédito, filme "Tropa de Elite" já é vendido em DVD por camelôs do RJ

Polícia apura vazamento de versão inacabada do novo trabalho de José Padilha

SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL

O filme inédito "Tropa de Elite", de José Padilha, sobre o Bope (Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar), cuja estréia nos cinemas está prevista para outubro, foi alvo de pirataria e está sendo vendido em cópias ilegais por camelôs, no Rio de Janeiro.
A polícia investiga o caso. Padilha, que despontou no cinema com o documentário "Ônibus 174", está seguro de que o responsável pelo vazamento do filme será identificado e preso em breve. "Vamos pegar o cara.
É inevitável", afirma. A versão pirata, que está sendo oferecida a R$ 10 no comércio informal, corresponde, segundo o diretor, ao "terceiro corte [versão editada] do filme" e, de acordo com Padilha, há registros "de todos os que puseram a mão nessa cópia".
O cineasta diz que, no ponto em que estão, as investigações demonstram que "o elo entre o cara que roubou e o mercado de pirataria é um PM, o que comprova a tese do filme".
"Tropa de Elite", protagonizado pelo ator Wagner Moura, no papel de um capitão do Bope inspirado numa fusão de personagens reais, enfoca práticas de corrupção e atos de violência desmedida cometidos por membros da corporação.
Durante as filmagens, no ano passado, no Rio, a equipe foi alvo de um roubo. Os ladrões abordaram uma van que transportava um carregamento de armas cenográficas e levaram o armamento.
"Tropa de Elite" é candidato a abrir o Festival do Rio, no próximo dia 20 de setembro, e será submetido também às seleções dos festivais Sundance (janeiro de 2008) e de Berlim (fevereiro de 2008).
Padilha diz que "ninguém sabe o efeito" que as vendas piratas terão sobre a bilheteria do filme, mas acredita na chance de não haver prejuízo à performance da venda de ingressos, já que "o público do DVD pirata é um e o dos cinemas, outro".
Ainda assim, o diretor afirma estar chateado com a divulgação de sua obra inacabada. "É como se você fosse um escritor e as pessoas estivessem lendo o rascunho de seu livro."


Colaborou a SUCURSAL DO RIO

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