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VÍDEO
Martin Scorsese, Quentin Tarantino,
Francis Ford Coppola, Oliver Stone:
a temporada dos feriados do fim de 1997
marcou a volta dos maiores cineastas
americanos, depois de um período de
ausência ou uma fase de projetos menores;
dessa safra vêm "O Homem Que Fazia Chover",
de Coppola, e "Reviravolta", de Oliver Stone
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Os grandes retornam
MARIANE MORISAWA
da Redação
O HOMEM QUE FAZIA CHOVER
Francis Ford Coppola já dirigiu
alguns dos maiores clássicos do cinema norte-americano, como "A
Conversação", "Apocalipse
Now" e a trilogia "O Poderoso
Chefão". Já faz algum tempo que
anda meio apagado, massacrado
por críticas desfavoráveis e fitas
menores como a comédia
"Jack", de 1996.
O diretor agora escolheu um
projeto em princípio sem cara e
sem riscos, mas sério: adaptar
mais um dos livros de advogado
do best seller John Grisham, já
adaptado para o cinema em filmes
eficientes e sem sal como "O
Cliente" e "Tempo de Matar".
Em "O Homem Que Fazia Chover", o personagem principal é,
mais uma vez, um advogado jovem e ainda cheio de escrúpulos,
Rudy Baylor (Matt Damon).
Sem dinheiro, despejado, ele, relutantemente, aceita trabalhar no
escritório do competente, mas
corrupto Bruiser Stone (Mickey
Rourke, com os mesmos cabelos
ensebados, só que agora na versão
grisalha). Ganha como companheiro Deck Shifflet (Danny DeVito), que já bombou no exame da
ordem seis vezes.
De cara, dois casos: fazer um testamento de uma senhora que quer
alijar seus filhos do testamento e
processar uma companhia de seguro de saúde que negou o pagamento do tratamento de um jovem leucêmico. Nada palpitante.
Porém a seguradora é defendida
por um dos mais conceituados advogados do Estado, Leo F. Drummond (Jon Voight). Rudy, é claro,
descobrirá que sorte e trabalho fazem a diferença.
Enquanto lida com os dois casos, ele tenta ajudar Kelly Riker
(Claire Danes), jovem vítima de
um marido violento, e termina
por se apaixonar por ela.
Como ele próprio diz, seu problema é se envolver com os clientes -além do amor pela bonitinha
Kelly, ele acaba indo morar nos
fundos da casa da velhinha do testamento e torna-se amigo de
Donny Ray, o rapaz a quem foi negado o transplante de medula.
Mas, como ele também acredita
que há advogados e advogados, ele
prefere manter sua postura.
Coppola consegue sair da pasmaceira dos filmes de tribunal
acentuando os traços de humor da
história e realiza uma obra que se
assiste sem esforço -o mínimo
que se esperava dele.
Filme: O Homem Que Fazia Chover
Produção: EUA, 1997, 135 min
Direção: Francis Ford Coppola
Com: Matt Damon, Danny DeVito, Jon
Voight, Claire Danes, Mickey Rourke
Lançamento: CIC (011/816-0852)
REVIRAVOLTA
Oliver Stone gosta da polêmica.
Em seus filmes-tese, tenta colocar
o público contra ou a favor de determinados personagens e convencê-lo de que tudo no mundo é
parte de uma conspiração.
Por isso, escolhe em geral temas
políticos, como em "Platoon",
"Nascido em 4 de Julho", "JFK -
A Pergunta Que Não Quer Calar"
e "Nixon", seu filme de 1995.
Ou abusa da estética, como em
"Assassinos por Natureza".
Em "Reviravolta"
("U-Turn"), Stone abandona a
política -mas não o videoclipe-
para contar uma história engraçada sobre ambição e falta de sorte.
Bobby Cooper (Sean Penn) viaja
pelo deserto em direção a Las Vegas para saldar suas dívidas.
No caminho, o carro quebra. Para seu azar, como ele em breve irá
descobrir, perto da cidadezinha de
Superior, no Arizona.
Bobby logo travará contato com
os tipos para lá de estranhos do local. O primeiro é o mecânico burro (Billy Bob Thornton), que só
faz atrasar a partida de Bobby.
Em seguida, ele conhece a gostosona Grace (Jennifer Lopez).
Crente de que estava se dando
bem, Bobby vai para a casa dela
ajudá-la com as cortinas novas. É
quando ele descobre que Grace
tem um marido brutamontes, Jack
McKenna (Nick Nolte).
Depois, ele é assediado por
Jenny (Claire Danes), uma adolescente desmiolada que dá em cima
de todo homem, e Toby (Joaquin
Phoenix), o namorado ciumento e
encrenqueiro da garota.
Mas é com os McKenna que
Bobby terá os maiores problemas.
Jack oferece dinheiro para que o
forasteiro dê um fim em Grace
-ele já não aguenta mais seus joguinhos de sedução. Em contrapartida, Grace pede a Bobby que
mate seu marido -assim, eles pegariam o dinheiro de Jack e partiriam para sempre de Superior.
A história é divertida até certo
ponto. Quando Oliver Stone envereda pelos dramas pessoais e familiares de Grace e as reviravoltas começam a se acumular, o filme passa a girar em falso.
Abusa de recursos visuais, empilhando cenas em preto-e-branco,
cortes abruptos, imagens distorcidas e closes de bocas e olhos, com
resultado vazio.
No fim, ele era mais divertido
quando propunha suas teses mirabolantes -pelo menos, havia o
que comentar depois do filme.
(MaM)
Filme: Reviravolta
Produção: EUA, 1997, 125 min
Direção: Oliver Stone
Com: Sean Penn, Jennifer Lopez, Nick
Nolte, Billy Bob Thornton, Jon Voight
Lançamento: Columbia
(011/5503-9899/9898)
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