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CINEMA "POR TRÁS DO PANO"
Discussão sobre teatro tem humor e polêmica
da Reportagem Local
Bom humor e polêmica marcaram o debate "O Teatro no Cinema", que aconteceu anteontem
na sala 2 do Espaço Unibanco de
Cinema, após sessão de pré-estréia do filme "Por Trás do Pano",
de Luiz Villaça.
O bom humor veio das atrizes
Denise Fraga e Ester Góes e a polêmica, do roteirista e autor de
teatro Fernando Bonassi.
O evento, promovido pela Folha, pela Riofilme e pelo Espaço
Unibanco de Cinema, contou ainda com o diretor Luiz Villaça e foi
mediado pelo crítico de teatro da
Folha, Nelson de Sá.
O debate, assistido por cerca de
100 pessoas (o filme foi acompanhado pelo dobro), começou como uma conversa com o público.
Luiz Villaça, que estréia em longas-metragens com "Por Trás do
Pano", contou aos espectadores
as premissas básicas de seu filme:
"São relações entre um grupo de
atores, mas que falam do dia-a-dia de todo o mundo. Poderia ser
em qualquer lugar ou profissão".
Bonassi elogiou em seguida o
modo de produção de "Por Trás
do Pano". "Esse é o modelo que
está dando certo, que essa geração
de 30 a 40 anos entendeu: filme
rápido e barato", afirmou.
A atriz Denise Fraga, protagonista da fita, contou histórias da
filmagem. "A gente usou um teatro em Americana como locação e
também como estúdio, já que os
cenários foram montados no palco", explicou.
"Então", continuou Denise,
"era curioso porque a gente entrava todo dia no teatro, mas para fazer cinema. A câmera ficava no
lugar onde fica a platéia, mas tinha que ser uma interpretação
para cinema. Mesmo as partes em
que a gente fingia que representava no teatro, eram representadas
para cinema, ou seja, como se não
estivesse num palco. Mas a gente
estava num palco...", concluiu,
sob risos do público.
Denise também lembrou que
"foi difícil fazer uma atriz que representa mal no início e, depois,
um pouco melhor. A personagem
não tinha a mesma experiência
em teatro que eu".
"Meu problema foi o oposto",
emendou Ester Góes. "Minha
personagem era uma atriz mais
experiente que eu. Ela é meio
TBC", disse, arrancando mais risadas da platéia. "Minha geração
é mais despojada, mais hippie."
A polêmica aconteceu quando
Fernando Bonassi diminuiu a figura do diretor, dizendo que "o
ator pode dar conta do teatro. O
diretor é o cara que vem atrapalhar a minha relação, como autor,
com o ator. Isso é o diretor".
A platéia reagiu com gritos como: "Teatro é equipe, cara!", enquanto Villaça disse achar possível tanto um cinema com ênfase
na improvisação, como um mais
organizado. "Não podemos carimbar um método", afirmou.
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