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TELEVISÃO
Crítica
"Melhor É Impossível" traz a plenitude de Nicholson
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Há um momento de plenitude na vida de certos atores. É
quando eles passam a interpretar a si mesmos. Jack Nicholson está nesse estágio, seja
quando vai ao ginásio torcer
pelos Lakers, quando vai à cerimônia do Oscar (em ambos fica
na primeira fila), ou quando interpreta o misantropo Melvin
de "Melhor É Impossível"
(AXN, 22h, 12 anos).
O filme é uma comédia de
James L. Brooks, portanto um
produto simpático, moderadamente progressista, incapaz de
ofender alguém, leve, fluente.
Um bom filme, não um fenômeno. O fenômeno é Nicholson: em torno dele tudo gira.
Seus tiques, seu histrionismo, tudo parece feito para chamar a atenção. Isso vem antes
de interpretar. Não há seriedade no interpretar. E pode-se dizer: felizmente. É o que dá crédito às mudanças pelas quais
passará esse homem misógino,
esse antipático tão simpático.
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