São Paulo, quinta-feira, 17 de outubro de 2002

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ARTES PLÁSTICAS

Cartaz da mostra, realizado por Ziraldo, foi apresentado anteontem aos conselheiros da instituição

Bienal procura título para 26ª edição

Maurício Piffer/Folha Imagem
Cartaz da 26ª Bienal de SP, de Ziraldo


FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL

O conceito já está definido, mas o título ainda não. A 26ª edição da Bienal de São Paulo, programada para ser aberta em setembro de 2004, com curadoria do alemão Alfons Hug, começou como "Terra de Ninguém", passou por "Zona Franca", e, anteontem, em reunião do Conselho da Fundação Bienal, ganhou o novo título de trabalho de "Território Livre".
"A idéia é clara, pretendemos abordar a arte como um espaço de liberdade, onde tudo é possível", disse, anteontem, o curador à Folha. Entretanto, Hug busca um título que seja poético e irônico, sem ser ao mesmo tempo explícito demais em relação ao tema da Bienal. "Zona Franca" era sua aposta na reunião. "Pesquisei os discursos da criação da área em Manaus, em 1957, e todos eram muito poéticos, ressaltavam um lugar de abundância, que gera riquezas", disse Hug.

Ziraldo
Na reunião de anteontem, o presidente da Fundação Bienal, Manoel Francisco Pires da Costa, apresentou o cartaz da 26ª edição do evento (reproduzido ao lado), criado pelo cartunista Ziraldo. Discreto e comportado, o cartaz foi realizado após sugestões de Hug. "Li que o Brasil é o país com a maior diversidade de tipos de pele, com 143 variações de cor, achei um dado relevante e passei ao Ziraldo", disse o curador. O cartaz apresenta 143 pequenos quadrados de cores diferentes.
Modesto na curadoria da 25ª Bienal, primeiro estrangeiro a assumir a mais importante exposição de artes plásticas no Brasil, Hug dividiu sua tarefa com outros nove curadores -oito no módulo das "Iconografias Metropolitanas" e mais Agnaldo Farias, na representação brasileira-, o alemão assume agora toda a responsabilidade do evento. "Dei duas voltas ao mundo para organizar a 25ª Bienal, tenho material suficiente para preparar a próxima", diz Hug. "É mais econômico também", comenta Pires da Costa.
"Na 26ª, todos os participantes da Bienal, até mesmo as representações nacionais, de no máximo 60, devem se encaixar no tema. Vou convidar ainda 80 artistas, incluindo cerca de 15 brasileiros", afirma Hug. Com isso, o evento irá ganhar um formato mais enxuto. Enquanto na Bienal passada as representações nacionais e os participantes de "Iconografias" chegaram a mais de 160 artistas, na próxima edição não devem ultrapassar 140.

Spencer Tunick
Desde ontem, já estão disponíveis na Fundação Bienal as fotos para os participantes da performance do norte-americano Spencer Tunick, realizada em abril passado no parque Ibirapuera. Segundo Hug, todos os 1.500 participantes que tiraram a roupa para serem clicados por Tunick, estão sendo convocados por e-mail a retirar as fotos na portaria da Fundação, no parque Ibirapuera, de segunda a sexta, das 14h às 17h, até o dia 18 de novembro.
Há dois tipos de imagem sendo distribuídas. A primeira, reproduzida ao lado, vai para todos os participantes da performance na madrugada de 27 de abril. A segunda, realizada no dia 28 do mesmo mês, vai só para um seleto grupo de 100 pessoas, selecionadas por Tunick, fotografadas dentro do pavilhão da Bienal.


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