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FESTIVAL DE BRASÍLIA
Filme de Helvécio Ratton encerra a competição
"Amor & Cia." leva Eça de Queiroz para Minas Gerais
JOSÉ GERALDO COUTO
enviado especial a Brasília
A competição do 31º Festival de
Brasília do Cinema Brasileiro termina hoje à noite, com a projeção
do longa-metragem "Amor &
Cia.", de Helvécio Ratton. A premiação será divulgada amanhã à
noite, após a exibição, "hors concours", de "Ação Entre Amigos".
"Amor & Cia." é uma sutil e extremamente bem realizada adaptação da novela "Alves & Cia.", do
escritor português Eça de Queiroz.
No filme, a história se passa em
Minas Gerais, no final do século 19.
A trama básica é muito simples: o
comerciante Godofredo Alves
(Marco Nanini) descobre que sua
mulher, Ludovina (Patrícia Pillar),
o trai com seu sócio e melhor amigo, Machado (Alexandre Borges).
Ancorado numa direção de arte
magistral (de Clóvis Bueno) e numa fotografia inspirada (de José
Tadeu Ribeiro), "Amor & Cia." seduz o espectador, primeiro, por
dar vida e pulsação ao ambiente,
ao contrário do que ocorre nas cidades cenográficas da TV (o filme
foi rodado em São João del Rei).
Mas o que o torna universal e lhe
permite dialogar com as platéias
de hoje é a fina ambiguidade que o
diretor confere a cada um dos personagens e suas relações com os
outros.
Todas as ações são mediadas pelo jogo entre o afeto e o interesse
material. Com humor e ironia,
Helvécio Ratton usa a genialidade
de Eça para mostrar como cada um
de nós é capaz das paixões mais extremas e da covardia mais vil.
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