São Paulo, sábado, 17 de outubro de 1998

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Autora condenou amante à morte

de Paris

Em 1944, após a liberação de Paris das mãos dos nazistas, o depoimento de Marguerite Duras foi decisivo para a condenação à morte de um francês acusado de colaboracionismo. Ao mesmo tempo, o amante de Duras mantinha um caso com a mulher do acusado.
Essa rocambolesca história é um dos principais pontos obscuros da vida de Duras para os quais sua biografia traz uma nova luz.
Durante três meses, em 1944, Duras manteve encontros com Charles Delval, que fazia pequenos serviços para a Gestapo, polícia política da Alemanha nazista.
Ela se aproximou de Delval para obter notícias do marido, Robert Antelme, que havia sido preso.
Com o fim da guerra, Delval foi julgado por crime de colaboracionismo. O depoimento que lhe condenou foi o de Duras. Acabou sendo fuzilado no começo de 1945.
Enquanto isso, o filósofo Dionys Mascolo, que era amante de Duras mesmo antes de Antelme ser preso, acabou tendo um filho com a mulher de Delval, Paulette.
Duras nunca soube do romance de seu amante com a mulher do homem que ajudou a condenar.



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