DA REDAÇÃO

"Casa dos Artistas" foi o mais duro golpe já sofrido pela Globo desde os anos 70. A estréia surpresa de um programa que poderia ser seu, com formato que comprara dois meses antes, e o fim de uma invencibilidade de quase 30 anos do "Fantástico" deixaram executivos da emissora inicialmente perplexos e, depois, com as derrotas na Justiça, abatidos.
No dia seguinte à estréia, o departamento jurídico já se preparava para tentar tirar o programa do ar, sob a acusação de ser plágio de "Big Brother", que iria estrear em abril de 2002, dos quais comprara os direitos autorais da Endemol, em agosto. Teve de antecipar a estréia para janeiro.
A Globo, ainda em 29 de outubro, distribuiu um comunicado indignado, acusando o SBT de pirataria. Era o começo de uma troca de acusações via nota oficiais -o SBT ironizou a concorrente, a quem chamou de monopolista.
Três dias após a estréia de "Casa", a Globo conseguiu liminar que tirou a atração do ar por dois dias. Argumentava que o SBT teve acesso a manuais de "Big Brother", quando negociou parceria com a Endemol, em 2000. Perdeu no Tribunal de Justiça (TJ) de SP.
A Globo mobilizou advogados e repórteres para saber mais sobre a Intermídia, que o SBT, em sua defesa no TJ, alegou ser a proprietária dos direitos autorais de "Casa", de quem teria comprado o formato. No processo, a Globo conseguiu cópias do contrato do SBT com a Intermídia e do registro do roteiro de "Casa". Descobriu então que o documento era uma tradução adaptada de trecho do manual de "Big Brother".
No fim de novembro, por meio da Endemol contra a Intermídia, a Globo conseguiu outra liminar, que foi cassada após 24 horas, sem que "Casa" saísse do ar.
(DC)


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