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VIDEOARTE
Lançado ontem, "VJBR#1" explora formas de lidar com a imagem
DVD apresenta produção de 20 VJs
ADRIANA FERREIRA SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
Há três anos, quando se falava
em VJ a primeira figura que vinha
à cabeça era a do apresentador de
televisão gesticulando em frente a
um cenário. Hoje, a essa lembrança corriqueira soma-se a do videojóquei, aquele artista que manipula as imagens ao vivo em festivais, clubes e exposições.
Pois essa vertente da arte eletrônica ganha o seu primeiro registro, o DVD "VJBR#1 - Visual Jockeys do Brasil", com trabalhos de
20 artistas de Estados como São
Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Pernambuco e Minas Gerais.
O lançamento aconteceu ontem, no Centro Cultural Telemar,
no Rio, com uma programação de
shows e debates, além de performances em clubes da cidade.
Segundo Fabiana Bartholo, 27, a
VJ BeteRum, uma das envolvidas
em sua produção, o objetivo do
DVD é traçar um "panorama brasileiro da live-image". Para os que
desconhecem o termo, live-images são todas as apresentações de
vídeo em que o artista manipula,
edita e muitas vezes até produz as
imagens, tudo ao vivo.
O DVD é resultado de uma criação coletiva e independente, feita
a partir de uma lista que os VJs
mantêm na internet e que atualmente reúne 200 associados.
Estão lá todos os artistas que
mandaram os trabalhos "a tempo", entre eles, a própria BeteRum, além de Spetto, Palumbo,
Ruth Slinger, Nirvana e os grupos
mm não é confeti, F.A.Q., Media
Sana e Bijari.
Ficaram de fora alguns veteranos, como Alexis e Luiz Duva e o
coletivo Embolex.
"Já estamos programando o
"VJBR 2", com todas as pessoas
que ficaram de fora, para o ano
que vem", garante BeteRum.
Diversidade
Ainda que sem um evento dedicado aos VJs, como foi o Red Bull
Live Images, em 2002, os brasileiros têm se aprimorado, e esse
DVD é um retrato disso, com trabalhos em diferentes técnicas, como sobreposições, grafismos, 3D
e colagens, entre outros.
Nele, há apresentações de primeira, como a do santista Spetto,
que criou um software de manipulação de imagens para VJs, o
VR Studio MX -disponível para
download gratuito no site
www.studiovr.com.br. Spetto
duplica as imagens de vídeo provocando um belo efeito visual.
A também veterana Ruth Slinger participa com um set que
mescla cenas abstratas com outras que se repetem em perspectiva. Ainda da velha-guarda, destacam-se dois coletivos: o mineiro
F.A.Q, que costuma criar ambientes imersivos, e o carioca azOia
Lab, com cenas que lembram
uma "pintura" em movimento.
Da nova geração, chamam a
atenção as paulistas Mariana K. e
Milena Sz., que formam a mm
não é confeti, dupla que atua com
câmeras acopladas ao corpo.
Outro novato que surpreende é
o grupo Supergas, que consegue
um bonito resultado, acrescentando cores e luzes ao vídeo.
O conteúdo político está presente na performance de muitos
artistas, com destaque para os
pernambucanos do Media Sana,
que sincroniza música e imagens
de televisão, e os paulistanos do
BijaRi, que costumam fazer intervenções em ruas da cidade.
DVD VJBR#1 - Visual Jockeys do Brasil
Produção: independente
Quanto: R$ 20 (pedidos pelo e-mail vjbr-subscribe@yahoogrupos.com.br)
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