São Paulo, sábado, 17 de dezembro de 2005

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VIDEOARTE

Lançado ontem, "VJBR#1" explora formas de lidar com a imagem

DVD apresenta produção de 20 VJs

ADRIANA FERREIRA SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL

Há três anos, quando se falava em VJ a primeira figura que vinha à cabeça era a do apresentador de televisão gesticulando em frente a um cenário. Hoje, a essa lembrança corriqueira soma-se a do videojóquei, aquele artista que manipula as imagens ao vivo em festivais, clubes e exposições.
Pois essa vertente da arte eletrônica ganha o seu primeiro registro, o DVD "VJBR#1 - Visual Jockeys do Brasil", com trabalhos de 20 artistas de Estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Pernambuco e Minas Gerais.
O lançamento aconteceu ontem, no Centro Cultural Telemar, no Rio, com uma programação de shows e debates, além de performances em clubes da cidade.
Segundo Fabiana Bartholo, 27, a VJ BeteRum, uma das envolvidas em sua produção, o objetivo do DVD é traçar um "panorama brasileiro da live-image". Para os que desconhecem o termo, live-images são todas as apresentações de vídeo em que o artista manipula, edita e muitas vezes até produz as imagens, tudo ao vivo.
O DVD é resultado de uma criação coletiva e independente, feita a partir de uma lista que os VJs mantêm na internet e que atualmente reúne 200 associados.
Estão lá todos os artistas que mandaram os trabalhos "a tempo", entre eles, a própria BeteRum, além de Spetto, Palumbo, Ruth Slinger, Nirvana e os grupos mm não é confeti, F.A.Q., Media Sana e Bijari.
Ficaram de fora alguns veteranos, como Alexis e Luiz Duva e o coletivo Embolex.
"Já estamos programando o "VJBR 2", com todas as pessoas que ficaram de fora, para o ano que vem", garante BeteRum.
Diversidade
Ainda que sem um evento dedicado aos VJs, como foi o Red Bull Live Images, em 2002, os brasileiros têm se aprimorado, e esse DVD é um retrato disso, com trabalhos em diferentes técnicas, como sobreposições, grafismos, 3D e colagens, entre outros.
Nele, há apresentações de primeira, como a do santista Spetto, que criou um software de manipulação de imagens para VJs, o VR Studio MX -disponível para download gratuito no site www.studiovr.com.br. Spetto duplica as imagens de vídeo provocando um belo efeito visual.
A também veterana Ruth Slinger participa com um set que mescla cenas abstratas com outras que se repetem em perspectiva. Ainda da velha-guarda, destacam-se dois coletivos: o mineiro F.A.Q, que costuma criar ambientes imersivos, e o carioca azOia Lab, com cenas que lembram uma "pintura" em movimento.
Da nova geração, chamam a atenção as paulistas Mariana K. e Milena Sz., que formam a mm não é confeti, dupla que atua com câmeras acopladas ao corpo.
Outro novato que surpreende é o grupo Supergas, que consegue um bonito resultado, acrescentando cores e luzes ao vídeo.
O conteúdo político está presente na performance de muitos artistas, com destaque para os pernambucanos do Media Sana, que sincroniza música e imagens de televisão, e os paulistanos do BijaRi, que costumam fazer intervenções em ruas da cidade.


DVD VJBR#1 - Visual Jockeys do Brasil
Produção:
independente
Quanto: R$ 20 (pedidos pelo e-mail vjbr-subscribe@yahoogrupos.com.br)


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