São Paulo, domingo, 17 de dezembro de 2006

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Crítica

Filme sobre Beatles mantém modernidade

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

De Mary Quant aos Beatles, os anos 60 britânicos espantaram o mundo. Aquele povo conservador, ocupado basicamente em não se atrasar para o chá das cinco, mostrava-se ao mundo um tanto diferente do que se imaginava.
Até o cinema se espertou, como provam os primeiros filmes de Jack Clayton ou, mais tarde, "If", de Lindsay Anderson. O encontro entre os Beatles e Richard Lester foi especialmente feliz, como se poderá constatar vendo "Os Reis do Iê-Iê-Iê" (Telecine Cult, 16h25), o primeiro filme que fizeram em conjunto, em 1964.
Começa que o filme aproveita a então nascente e vigorosa celebridade do conjunto para evitar ter um roteiro de verdade. Pode ser definido como do gênero "um dia na vida de". No caso, é uma maneira de evitar um enredo, que sofreria de artificialismo crônico, e confiar tanto no carisma do conjunto quanto na capacidade de Lester de captá-lo. Daí um filme que pode parecer às vezes um documentário, às vezes um inventor do videoclipe, mas que nunca descuida do andamento, isto é, da modernidade.
Quer o acaso que, ainda hoje, o Canal Brasil exiba "Os Trapalhões e a Árvore da Juventude" (18h35), filme de 1991 dirigido por José Alvarenga Jr. Ele é um dos artesãos que usaram com mais desenvoltura o conjunto cômico. No entanto, não resolveu problemas crônicos dos Trapalhões: histórias tolas, que atravancam o filme, e a perda da espontaneidade.


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