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Crítica
Jece Valadão faz cinema policial seco
PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O cinema brasileiro não tem
tradição no cinema de gênero.
Melhor dizendo, há até alguns
filmes de gênero "à brasileira",
como as adaptações literárias,
as comédias cariocas, os filmes
históricos, aqueles que Daniel
Filho teima em chamar de filmes populares.
O que inexiste mesmo é uma
noção de gênero, como é visto
no cinema norte-americano e
em outros países, como a França (o "filme de arte" não deixa
de ser um gênero).
Pelo menos por enquanto,
um filme policial, ou um musical, será no Brasil uma expressão individual de um diretor
muito determinado.
Assim, um cineasta como Jece Valadão, que aderiu ao cinema policial com uma convicção
ímpar, nos anos 70, merece todos os louros.
Em "Os Amores da Pantera" (Canal Brasil, 2h30; classificação indicativa não informada), temos a investigação sobre
uma mulher que morreu numa
festa de homens.
É um cinema de imagens diretas bem interessantes, mais
seco e duro mesmo.
Edward Burns (que só teve
lançado nos cinemas daqui o
seu "Os Irmãos McMullen", em
1996) foi em caminho oposto e
igualmente diferenciado. Com
esse filme, ele fez uma obra independente nos EUA, o que ia
contra a corrente do cinema de
gênero (quando o indie ainda
não tinha virado um gênero).
Daí a valiosa chance de ver seu
"Noivo em Fuga" (TC Light,
22h, não indicado a menores
de 14 anos).
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