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CRÍTICA
Passeio é abrangente e saboroso
do enviado ao Rio
Com a autoridade
de atuante personagem secundário
que Nelson Motta
desempenhou na
MPB, "Noites Tropicais" não podia ser menos que
saboroso.
Passeia com alcance e senso de
proporção pelos ritos cruciais da
moderna MPB. Não há muito o
que dizer, é preciso ler, se informar, se divertir. Restam então detalhes que jogam alguma areiazinha no resultado -e nem se conta aqui o espírito conciliador, às
vezes acrítico, de Nelson.
É o que acontece em alguns erros de informação que ele não deveria permitir, como inserir "Jorge Maravilha" no LP "Sinal Fechado" (74), onde ela nunca esteve. E "Corações Psicodélicos" não
foi gravado no primeiro LP da
Gang 90 (que fez "Telefone", não
"Telefonema"), mas no segundo
de Lobão. E os gringos de "Inútil"
pensavam que éramos "indigentes", não "inteligentes".
E o (genial) LP de Neusinha Brizola não tem, como o livro sugere,
nada a ver com o "Rock in Rio"
que seu pai Leonel tanto execrou
-porque saiu em 83, dois anos
antes do festival. E Roberto Carlos
gravou "Não Vou Ficar" (69), de
Tim Maia, antes de Elis descobrir
o soulman, não o contrário.
Os deslizes vão ao mais irrelevante, como na paixão de Nelson
pela letra "Y", distribuída para
Dory(i) Caymmi, Alay(i)de Costa, Alcy(i)one, Aldy(i)r Blanc. E
tente contar quantas vezes se "pula feito pipoca" nas pistas de dança livro afora. Detalhes -a MPB
merecia seu extenso relato.
(PAS)
Avaliação:
Livro: Noites Tropicais
Autor: Nelson Motta
Editora: Objetiva
Quanto: R$ 39,50 (464 págs.)
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