São Paulo, sexta-feira, 18 de fevereiro de 2000


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CRÍTICA
Passeio é abrangente e saboroso

do enviado ao Rio


Com a autoridade de atuante personagem secundário que Nelson Motta desempenhou na MPB, "Noites Tropicais" não podia ser menos que saboroso.
Passeia com alcance e senso de proporção pelos ritos cruciais da moderna MPB. Não há muito o que dizer, é preciso ler, se informar, se divertir. Restam então detalhes que jogam alguma areiazinha no resultado -e nem se conta aqui o espírito conciliador, às vezes acrítico, de Nelson.
É o que acontece em alguns erros de informação que ele não deveria permitir, como inserir "Jorge Maravilha" no LP "Sinal Fechado" (74), onde ela nunca esteve. E "Corações Psicodélicos" não foi gravado no primeiro LP da Gang 90 (que fez "Telefone", não "Telefonema"), mas no segundo de Lobão. E os gringos de "Inútil" pensavam que éramos "indigentes", não "inteligentes".
E o (genial) LP de Neusinha Brizola não tem, como o livro sugere, nada a ver com o "Rock in Rio" que seu pai Leonel tanto execrou -porque saiu em 83, dois anos antes do festival. E Roberto Carlos gravou "Não Vou Ficar" (69), de Tim Maia, antes de Elis descobrir o soulman, não o contrário.
Os deslizes vão ao mais irrelevante, como na paixão de Nelson pela letra "Y", distribuída para Dory(i) Caymmi, Alay(i)de Costa, Alcy(i)one, Aldy(i)r Blanc. E tente contar quantas vezes se "pula feito pipoca" nas pistas de dança livro afora. Detalhes -a MPB merecia seu extenso relato. (PAS)


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Livro: Noites Tropicais Autor: Nelson Motta Editora: Objetiva Quanto: R$ 39,50 (464 págs.)

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