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Remontagem fecha
o "ciclo do sagrado"
DA REPORTAGEM LOCAL
A remontagem de "O Paraíso
Perdido" tem valor afetivo para o
Teatro da Vertigem.
Mais do que a coragem em trazer à cena um espetáculo com a
marca da ingenuidade, em alguns
momentos, mas sobretudo com a
indicação do radicalismo de uma
linguagem singular construída ao
longo da década passada, há a
chance do reencontro e conclusão
de um ciclo em torno da questão
do sagrado.
Do elenco original, por exemplo, a atriz Lucienne Guedes foi
convidada a se reincorporar ao
grupo na remontagem. Trata-se
de revisitação que também foi
aberta em "Apocalipse 1,11" e "O
Livro de Jó", que reconvocaram
Nachtergaele e Mariana Lima.
"A primeira montagem de "O
Paraíso" era calcada no movimento expressivo, na metáfora da
queda. Foi quase um ano de estudos científicos, de pesquisa disciplinar", recorda Lucienne, 34.
Ela hoje, com dois filhos de 7 e 2
anos, tem mais bagagem, por assim dizer, para lidar com as propostas lúdicas do espetáculo, como na roda de cabra-cega que ela
protagoniza. Sua personagem lida
com a solidão, a perda, abandonada que foi, no "escuro", pelos
colegas com os quais brincava.
"Muito daquelas "ingenuidades", das questões filosóficas, de
certa forma estão presentes nos
dois espetáculos seguintes. A cena
final de "Jó", por exemplo, traz
aquela sensação das imagens de
"O Paraíso". Há sempre um renascimento de esperança, como no
diálogo de João e Jesus ao final de
"Apocalipse 1,11'", afirma a diretora Maria Thaís, 42, à época uma
das responsáveis pela preparação
corporal.
Da equipe original, além de Antônio Araújo, o projeto traz o ator
Vanderlei Bernardino, os iluminadores Guilherme Bonfanti e
Marisa Bentivegna, o diretor musical Laércio Rezende e o figurinista Fábio Namatame.
(VS)
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