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São Paulo, terça-feira, 18 de fevereiro de 2003

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Remontagem fecha o "ciclo do sagrado"

DA REPORTAGEM LOCAL

A remontagem de "O Paraíso Perdido" tem valor afetivo para o Teatro da Vertigem.
Mais do que a coragem em trazer à cena um espetáculo com a marca da ingenuidade, em alguns momentos, mas sobretudo com a indicação do radicalismo de uma linguagem singular construída ao longo da década passada, há a chance do reencontro e conclusão de um ciclo em torno da questão do sagrado.
Do elenco original, por exemplo, a atriz Lucienne Guedes foi convidada a se reincorporar ao grupo na remontagem. Trata-se de revisitação que também foi aberta em "Apocalipse 1,11" e "O Livro de Jó", que reconvocaram Nachtergaele e Mariana Lima.
"A primeira montagem de "O Paraíso" era calcada no movimento expressivo, na metáfora da queda. Foi quase um ano de estudos científicos, de pesquisa disciplinar", recorda Lucienne, 34.
Ela hoje, com dois filhos de 7 e 2 anos, tem mais bagagem, por assim dizer, para lidar com as propostas lúdicas do espetáculo, como na roda de cabra-cega que ela protagoniza. Sua personagem lida com a solidão, a perda, abandonada que foi, no "escuro", pelos colegas com os quais brincava.
"Muito daquelas "ingenuidades", das questões filosóficas, de certa forma estão presentes nos dois espetáculos seguintes. A cena final de "Jó", por exemplo, traz aquela sensação das imagens de "O Paraíso". Há sempre um renascimento de esperança, como no diálogo de João e Jesus ao final de "Apocalipse 1,11'", afirma a diretora Maria Thaís, 42, à época uma das responsáveis pela preparação corporal.
Da equipe original, além de Antônio Araújo, o projeto traz o ator Vanderlei Bernardino, os iluminadores Guilherme Bonfanti e Marisa Bentivegna, o diretor musical Laércio Rezende e o figurinista Fábio Namatame. (VS)


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