São Paulo, Quinta-feira, 18 de Fevereiro de 1999
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RELÂMPAGOS

Sombra sucinta

JOÃO GILBERTO NOLL

Ao entrar na sala de espera do consultório vi que me pegariam como cobaia. Por quê?, perguntariam os xeretas. Ora, porque eu era único naquilo que buscava, ali, num cubículo seboso no centro da cidade, enquanto lá embaixo os ambulantes gritavam mercadorias. O que eu buscava, é isso? Ah, não vou contar. A esfinge supurada que dizem ser eu viraria matéria de chacota. Resolvi me ajoelhar, isso eu abro. E aí, bem manso, deslizou um barco no lago parado na minha consciência. Dentro dele, uma mulher com sombrinha aberta sob o sol. Quem era? Por que não me levava na sua sombra sucinta?


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