São Paulo, Quinta-feira, 18 de Fevereiro de 1999
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Músico foi em busca do experimentalismo

da Sucursal de Brasília

John Coltrane lançou a ponte entre os movimentos do bebop (Charlie Parker) e avant-garde (Ornette Coleman).
Nascido em 1926, na Carolina do Norte, Costa Leste dos EUA, sua mãe era pianista na igreja batista da cidade (Hamlet) e o pai, violinista amador. A música religiosa perpassou toda a obra de jazz posterior de Coltrane, que a misturou com elementos africanos, indígenas, hindus, árabes e clássicos.
Criança, Coltrane estudou clarinete e pistom, até se fixar no saxofone, quando era adolescente.
Na Marinha, no final da Segunda Guerra Mundial, integrou-se à banda daquela Força, estacionada no Havaí, arquipélago no Oceano Pacífico que à época era território federal norte-americano.
De volta ao continente, tocou em grupos de rhythm and blues em Nova York. Começou a fazer nome quando se integrou à orquestra de Eddie Vinson, em 1947.
Nessa época, seu modelo ainda era o melódico Lester Young. O processo de crescimento de Coltrane na comunidade musical avançou quando ele foi contratado por Dizzy Gillespie em 1949, e se interrompeu dois anos depois, quando ele abandonou a banda devido a problemas com drogas.
Aos poucos, após outro período de rhythm and blues, Coltrane avançou na direção do cool jazz de Johnny Hodges, com quem trabalhou em 1953 e 1954.
Dali, passou para o grupo de Miles Davis, em que seu talento artístico foi plenamente reconhecido.
Coltrane participou de discos antológicos, como "Milestones" (1960), e seu experimentalismo o levou à independência e à formação do seu Classic Quartet .
Os melhores anos de sua vida foram de 1960 a 1965, com o quarteto. Os diálogos furiosos entre o sax, o baixo e o piano do grupo agitavam a vida musical dos EUA.
Depois de sua obra-prima, "A Love Supreme", que Coltrane classificou de um "despertar espiritual", o quarteto se dissolveu.
Coltrane, então, passou a trabalhar com sua mulher, a pianista Alice, e o baterista Rashied Ali, e expôs-se mais à música oriental e a religiões esotéricas. Morreu de câncer, em 1967. (CELS)




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