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Curta dos 80 gera longas dos 90, diz Ferreira
do enviado especial
O cangaço na visão de um novato. O pernambucano Lírio Ferreira, 32, que junto com Paulo Caldas
dirigiu o badalado "O Baile Perfumado", falou à Folha sobre o
atual momento do cinema nacional.
(LR)
Folha - Seu filme, "O Baile Perfumado", nem bem estreou no Brasil
e já chama a atenção do mercado
internacional. Você considera o
cangaço um eficiente produto de
exportação para o cinema daqui?
Lírio Ferreira - "O Baile" já foi
convidado para vários festivais,
mas a cópia não estava pronta. Os
"gringos" são muitos afeitos ao
tema do cangaço.
Folha - Como você vê o chamado
novo cinema brasileiro, da qual
você faz parte?
Ferreira - O cinema brasileiro
só vai existir e se firmar como uma
verdadeira produção na hora em
que aparecerem filmes de todo lugar. E essa é uma coisa que já começou a acontecer. Isso gera uma
coisa que é muito legal: a diversidade de temas.
Folha - Você acha que, em suas
características, o novo cinema parece o cinema novo?
Ferreira - Se você pensar nessa
diversidade atual, não. O cinema
novo era um cinema muito parecido entre si, muito fechado.
Folha - Esses novos diretores
vêm dos curtas-metragens?
Ferreira - Sem dúvida. Essa retomada do cinema nacional, suas
novas idéias, seu jeito de ver as coisas, tudo isso vem sendo gerado
pelo aprendizado nos curtas.
Tem toda uma geração de diretores que passou a década de 80 fazendo curtas e, agora, nos 90, atingiu uma maioridade e partiu para
o longa.
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