São Paulo, terça, 18 de março de 1997.

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Curta dos 80 gera longas dos 90, diz Ferreira

do enviado especial

O cangaço na visão de um novato. O pernambucano Lírio Ferreira, 32, que junto com Paulo Caldas dirigiu o badalado "O Baile Perfumado", falou à Folha sobre o atual momento do cinema nacional. (LR)

Folha - Seu filme, "O Baile Perfumado", nem bem estreou no Brasil e já chama a atenção do mercado internacional. Você considera o cangaço um eficiente produto de exportação para o cinema daqui?
Lírio Ferreira -
"O Baile" já foi convidado para vários festivais, mas a cópia não estava pronta. Os "gringos" são muitos afeitos ao tema do cangaço.
Folha - Como você vê o chamado novo cinema brasileiro, da qual você faz parte?
Ferreira -
O cinema brasileiro só vai existir e se firmar como uma verdadeira produção na hora em que aparecerem filmes de todo lugar. E essa é uma coisa que já começou a acontecer. Isso gera uma coisa que é muito legal: a diversidade de temas.
Folha - Você acha que, em suas características, o novo cinema parece o cinema novo?
Ferreira -
Se você pensar nessa diversidade atual, não. O cinema novo era um cinema muito parecido entre si, muito fechado.
Folha - Esses novos diretores vêm dos curtas-metragens?
Ferreira -
Sem dúvida. Essa retomada do cinema nacional, suas novas idéias, seu jeito de ver as coisas, tudo isso vem sendo gerado pelo aprendizado nos curtas.
Tem toda uma geração de diretores que passou a década de 80 fazendo curtas e, agora, nos 90, atingiu uma maioridade e partiu para o longa.

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