DA REPORTAGEM LOCAL

Uma das mais interessantes personalidades de Hollywood, o ator George Clooney merecia um retrato mais bem acabado do que este "Famous George Clooney", que vai ao ar hoje no A&E.
O anacronismo se revela logo na introdução, quando o ator é apresentado como "vencedor do Globo de Ouro". No quesito prêmios, sua maior credencial é hoje o Oscar. Das três indicações que teve neste ano (direção e roteiro, por "Boa Noite e Boa Sorte", e ator coadjuvante, por "Syriana"), venceu a última. Mas o programa é de 2003, quando "Syriana" era um projeto e "Boa Noite", nem isso.
O programa alinhava entrevistas de Clooney dadas para a promoção dos filmes em que atuou desde 1996. Seu difícil começo em Hollywood, com sucessivos fiascos na TV, tem breve relato.
É telegráfica também a referência ao seu casamento com a atriz Talia Balsam (1989-92), assim como à sua decisão de jamais voltar a se casar: "Já me casei uma vez. Aprendi minha lição", diz.
"Famous" perde a chance de contar que Michelle Pfeiffer e Nicole Kidman, depois de atuar com ele, apostaram que o veriam casado e pai antes dos 40 anos. Perderam. Clooney está com 44. O programa cita o "incidente" com a reportagem da revista "Elle", "Don't date George Clooney" (não namore George Clooney), mas não explica o imbróglio.
Com esse título, a revista publicou em 2000 texto da editora Deanna Kizis sobre uma desilusão amorosa envolvendo "um ator de "Por Trás da Linha Vermelha'", filme em que Clooney atua. Ela diz que o tal galã tem fetiche de cheirar axilas. A revista lamentou o "mal-entendido", negando que Clooney fosse o homem em questão, depois que ele enviou a "Elle" uma carta enfurecida em que se despedia "com bombons e flores". Quanto ao programa de hoje, ele só não é uma total decepção porque, convenhamos, nada que envolva George Clooney pode ser totalmente desinteressante. (SILVANA ARANTES)