São Paulo, quarta-feira, 18 de abril de 2007 |
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Morre, aos 75, a comediante Nair Bello
Atriz, que começou no rádio e ficou conhecida pela personagem dona Santinha, teve falência múltipla dos órgãos
DANIEL CASTRO COLUNISTA DA FOLHA Morreu ontem, em São Paulo, às 13h06, de falência múltipla dos órgãos, a atriz Nair Bello Souza Francisco, que completaria 76 anos no próximo dia 28. Ela estava internada no Hospital Sírio-Libanês desde 11 de novembro, quando sofreu uma parada cardiorrespiratória em um salão de cabeleireiros. Inicialmente em coma, a atriz apresentou melhora a partir de janeiro, mas, no último dia 30, teve nova arritmia cardíaca (irregularidade nos batimentos do coração) e insuficiência respiratória. O corpo de Nair será velado até as 11h de hoje na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo. Às 10h30, será rezada uma missa pelo padre Antonio Maria. O enterro está previsto para as 12h, no Cemitério do Araçá, no Pacaembu. A TV Globo, onde a atriz de marcante sotaque ítalo-paulistano estreou em 1980, na novela "Olhai os Lírios do Campo", fará uma homenagem a ela neste sábado, no "Zorra Total". O programa apresentará um quadro inédito da principal personagem de sua carreira, a dona Santinha. Último trabalho de Nair, o esquete é uma sátira ao quadro "Dança dos Famosos", do "Domingão do Faustão". "Além disso, vamos mostrar um clipe dela sempre rindo", adiantou Maurício Sherman, diretor-geral do "Zorra Total". "Ela tinha uma característica única, um generoso amadorismo de participar não só como profissional mas também como platéia. Nair ria das piadas e tinha uma naturalidade que às vezes me confundia. Eu consultava o texto para ver se ela não estava improvisando. E não estava. Ela transgredia a representação, não tinha truque", lembra Sherman. Início da carreira Nair Bello iniciou sua carreira em 1949, aos 18 anos, como locutora da rádio Excelsior. Em 1951, estreava no cinema, em "Liana, a Pecadora", ao lado de sua amiga Hebe Camargo. Foi garota-propaganda de televisão até incorporar dona Santinha, a dona de pensão que usava seu tamanco para se defender de trapaceiros. "Ela ficou no ar com dona Santinha durante três anos, a partir de 1959/60, na Record. Depois, foi para a TV Rio. Em 1996, eu e Ricardo Corte Real tratamos o texto original e levamos para o [Maurício] Sherman, que adorou", conta José Bello, um dos três filhos de Nair (ela teve um quarto, que morreu em 1975, em acidente). A carreira de Nair Bello foi marcada por Santas. Além da Santinha, ela fez "Dona Santa", série que a Bandeirantes exibiu entre 1981 e 1982, com grande sucesso, em que interpretava uma taxista que sustentava a família. Atualmente, ela está no ar na Globo na reprise de "Era uma Vez" (1997), em que viveu uma outra dona Santa. Nair era atriz-fetiche de Carlos Lombardi, autor de "Pé na Jaca". Nessa novela, criou mais uma personagem para ela, Gioconda. Mas Nair adoeceu e Arlete Salles a substituiu. "Éramos muito próximos", diz Lombardi, responsável pelo retorno de Nair à Globo, em 92, em "Perigosas Peruas". Texto Anterior: Cinema: Ciclo discute a ditadura com filme de Brant Próximo Texto: Frase Índice |
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