São Paulo, segunda-feira, 18 de abril de 2011 |
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CRÍTICA Shows musicais acabam como coadjuvantes de festejo popular RONALDO EVANGELISTA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA A lua brilhava redonda sobre o centro de São Paulo ao anoitecer de sábado, início da Virada. No enorme e já lotado palco na Estação Júlio Prestes, Rita Lee enfileirava hits e dava lição de moral na prefeitura, aliás produtora do evento. "Uma vergonha" o estado do centro. De fato, entre ruínas, mas com sua exuberância arquitetônica e fauna típica, o centro tornava-se cenário perfeito para os shows, quase coadjuvantes do convívio e "happenings" espontâneos. Pessoas dançando na rua, famílias passeando, casais de todos os gêneros protagonizando na prática uma tão falada retomada da cidade. Com programação de shows menos descentralizada, quase sem palcos temáticos ou tributos a discos, a Virada pulsou diferente. O palco da São João começou anticlimático, com a bonita voz do cantor mexicano Armando Manzanero acompanhada de sons magrinhos e falta de quorum. Horas depois, o mesmo espaço juntava mar de pessoas para ver os ainda vigorosos jamaicanos dos Skatalites. Perto dali, quando avançava a noite e o centro já estava tomado, o palco na praça da República juntava fãs de hip-hop, DJs de black music e rodas de break. Sequência interessante começou às 20h com Taylor McFerrin recebendo BNegão, para depois o trombonista Fred Wesley tomar o palco com versões de hits de James Brown. O orgulho negro da Banda Abolição de Dom Salvador, com participação do cantor Toni Tornado, sofreu com o péssimo som e impressionou menos do que previsto. O sol escaldante de domingo iluminava momentos mais tranquilos, como as belas canções na voz de Inezita Barroso, cantando logo de manhã com a Orquestra Fervorosa na Estação da Luz. O sambista baiano Riachão, as modas de viola de Almir Sater e Paulo Miklos cantando Noel Rosa foram outros shows especiais, seguidos de envolvente apresentação da Orkestra Rumpilezz, jazz e afro em frente ao mosteiro São Bento. O fim de tarde trazia Erasmo Carlos no Arouche e Paulinho da Viola acompanhado de orquestra na praça da República. Bom começo de noite, bom fim para a Virada. MÚSICA POPULAR NA VIRADA AVALIAÇÃO regular Texto Anterior: Edição tem duas mortes no mesmo viaduto, briga de gangues e facada Próximo Texto: Opinião: Anarquia triunfa sobre a cartilha da proibição Índice | Comunicar Erros |
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