São Paulo, segunda-feira, 18 de abril de 2011

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FOCO

Apresentação de pole dance traz erotismo democrático

NINA LEMOS
COLUNISTA DA FOLHA

"Essa atração é boa. É boa em todos os sentidos." O segurança do Copan Ronildo Edes, 27, ri de seu próprio trocadilho enquanto observa com os amigos uma das atrações mais "quentes" da Virada Cultural: o pole dance.
Sim, dois "postes", daqueles de boate, foram instalados na praça em frente à Love Story (endereço tradicional da cena erótica paulistana).
Mas calma. As moças que se contorcem nos postes são de uma academia especializada. E usam mais roupa que as das boates. Mesmo assim..."Loira, loira, loira!", gritam os mais afoitos da plateia, de mais de cem pessoas.
Os gritos são para uma das instrutoras, Renata Wilke. Ela fica de cabeça para baixo e é aplaudida entusiasticamente: "Gostosa! Gostosa!".
Ao todo, cerca de 40 garotas (e uns poucos rapazes) protagonizaram o evento inédito na Virada. Eles são da Escola de Pole Dance e queriam quebrar tabus.
"Ainda existe muito preconceito. Mas, aos poucos, estão percebendo que essa é uma forma de "fitness" como outra qualquer", explica a dançarina Paula Ribeiro, 22.
O público parece não ter esse preconceito. A plateia tem mais homens que mulheres. Casais assistem abraçadinhos às estrepolias da moça. "Sempre tive curiosidade, acho muito bonito", diz a bancária Carla Roberta, 26, abraçada ao namorado, o comerciário Arthur Hiromi, 29. Os dois acham "o preconceito uma bobagem".
Mas a galera animada é mesmo a masculina. E quanto menos idade, mais testosterona. "Meu Deus, queria levar uma delas para casa", diz o auxiliar Bruno Rodrigues, 19, ao lado dos amigos. Eles nunca tinham assistido a um número desses. "Porque na boate é muito caro." Erotismo democrático é isso.


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