|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
OUTRO LADO
Sodré não queria reeleição de Cunha Lima
da Redação
Membro emérito do Conselho
Curador da Fundação Padre
Anchieta, o criador da instituição, Abreu Sodré, 79, foi um
dos opositores à reeleição de
Jorge da Cunha Lima.
"Vamos abrir a caixa preta",
disse após a vitória do adversário. "Eu não sei qual é a dívida
da TV Cultura. Ele deveria publicar um balanço trimestral da
empresa: quanto gasta, como
gasta e o que recebe como apoio
cultural."
Segundo Sodré, a reunião do
conselho "parece matinê". "A
gente vai lá, vê filminho e só."
O ex-ministro defende a independência da emissora: "A Cultura não é uma emissora do governo. É independente. O governo deve sustentar, não intervir".
Para Roberto Muylaert, 63,
que presidiu a Fundação Padre
Anchieta por nove anos, o apoio
do governo estadual pode
ameaçar a independência da
Cultura, mas representa também um caminho para a crise.
"Supostamente, não haverá
mais problemas porque a reeleição teve apoio do governo e ele
(Cunha Lima) poderá recorrer,
quando precisar, a quem o
apoiou", diz Muylaert. "Sempre
que há uma entrega, há uma cobrança do outro lado, mas pelo
menos, a emissora passa a ter
um caminho", afirma.
Muylaert garante que não tem
planos de voltar a presidir a
Fundação Padre Anchieta ou
ocupar uma vaga no Conselho
Curador. Na eleição anual do
Conselho, em março passado,
ele perdeu sua cadeira por dois
votos: teve 21 e precisava de 23.
"O pessoal da situação tinha
muito medo que, no último momento, eu lançasse minha candidatura à Presidência. No momento em que eles armaram a
minha não-reeleição no conselho, eu estava desarmado. Perdi
uma batalha que eu não estava
disputando."
Segundo Muylaert, a dívida
comercial da Cultura, quando
deixou a presidência, estava zerada. Tinha um débito de US$
150 mil com a Sony (equipamentos) e uma dívida com o
INSS, hoje já negociada.
(CP)
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|