|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Não fomos beneficiados, diz Irineu Marinho
da Reportagem Local
Roberto Irineu Marinho, vice-presidente executivo da Globo, diz que a emissora não precisou da intervenção do então ministro da Fazenda Delfim Netto
para obter empréstimo em 1969.
Nega, também, que a Rio Gráfica e Editora tenha sido beneficiada por Delfim. Paulo Cesar
Ferreira narra em seu livro que o
então ministro teria passado à
gráfica, sem concorrência, a impressão de formulários do IR.
Em entrevista por fax, Irineu
Marinho diz que a gráfica ganhou a concorrência para a impressão dos formulários. Sobre
o empréstimo, diz supor que seu
pai, Roberto Marinho, foi se
aconselhar com Delfim Netto.
(MCC)
Folha - O então ministro Delfim
Netto teve de intervir para a Globo obter o empréstimo de US$
3,85 milhões que usaria para
comprar a participação da Time-Life na TV?
Roberto Irineu Marinho - Eu
não participei da conversa com o
ministro Delfim Netto. No entanto, posso supor que meu pai
tenha ido se aconselhar com o
então ministro da Fazenda, seu
amigo.
O que sei é que o empréstimo
foi dado pelo Citibank com aval
do Banco do Estado da Guanabara. E que o BEG, para dar o
aval, foi duríssimo e exigiu uma
hipoteca de todos os bens do papai, a saber: as ações de todas as
empresas e todos os seus imóveis, incluindo a casa do Cosme
Velho onde todos nós morávamos. Esse empréstimo não foi
para comprar a sociedade com a
Time na TV Globo, que não existia, e sim para comprar a empresa da Time Inc. que era dona dos
estúdios e os alugava à Globo.
Folha - Paulo Cesar Ferreira diz
que Delfim Netto deu uma ajuda
à Rio Gráfica, passando a ela a
impressão de formulários do Imposto de Renda. É verdade?
Irineu Marinho - No início da
década de 70, fui ao Ministério
da Fazenda para tentar cadastrar
a gráfica que eu administrava, a
Rio Gráfica e Editora, para impressão dos formulários do Imposto de Renda. De fato, após
concorrência, passamos a imprimi-los junto com a Bloch e a
Abril.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|