DA REPORTAGEM LOCAL

Primeira galeria especializada em arte de rua de São Paulo, a Choque Cultural, em Pinheiros, começou editando pôsteres.
"Em um primeiro momento, começamos a escoar um pouco dessa nova produção, que não era mostrada", conta Mariana Martins, 47, proprietária da Choque.
Com a procura, Mariana e Baixo Ribeiro, 42 (seu marido e sócio), transformaram o negócio em galeria de artistas do grafite, da tatuagem e da "arte underground".
Além de mostras individuais -a atual é do grafiteiro/artista de alcunha Nunca-, há coletivas, como a de Arte Erótica, também em cartaz.
Instalada num sobrado na rua Simão Alvares, a galeria tem duas salas de exposição, uma no térreo e outra no porão. Nenhuma das paredes é branca.
Em um ano de funcionamento, eles já têm mais cem artistas em seu acervo. Nem todos os artistas têm passagem pela rua. Há entre eles gente que fez faculdade de artes plásticas e que nunca fez nenhuma intervenção urbana.
"Temos dois valores: a qualidade artística e a atividade dos artistas. Tentamos trazer um pouco das duas coisas", conta Ribeiro.
As escolhas privilegiam a temática "urbana", que contempla uma incontável variedade de temas e técnicas. Pintura, colagem, foto, adesivos e gravuras -já foram feitas edições de sete artistas, com tiragem de 120 cópias.
"A gente não acha que a arte seja sagrada nem que ela deva ser cara. Arte tem que ser consumida", diz Ribeiro. E Mariana completa: "Arte também não precisa de teoria. Não deve ser acadêmica, deve emocionar". (TNO)