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CINEMA - "A MÚMIA"
Efeitos embalam terror romântico
SYLVIA COLOMBO
de Londres
Foi-se o tempo em que apenas
uma imagem em movimento fazia
toda a alegria do cinema. Hoje,
com o apelo dos superefeitos especiais, um filme é quase tão avaliado
por isso quanto pela história que
possua como enredo.
Não muito longe daquela época,
em 1932, Boris Karloff (1887-1969)
interpretou "A Múmia". Sem o
apoio de maquiagens deformadoras ou efeitos de luz e som, Karloff
teve que fazer medo nas pessoas
com um olhar, um movimento.
E parece ter conseguido, pois o
sucesso do personagem levou os
estúdios a prepararem novas fornadas de filmes de horror com a
múmia como estrela: "A Mão da
Múmia" (1940), "A Tumba da Múmia" (1942) e outros.
Agora, "A Múmia" reaparece em
nova versão, com Brendan Fraser
fazendo o papel de mocinho, Rachel Weisz, o da mocinha, e Arnold Vosloo, o da múmia.
"A Múmia", que estréia hoje no
Brasil, é, antes de tudo, uma história de amor. O filme começa em
Tebas, no Egito, em 1719 a.C., durante o reinado do faraó Sethi.
Conta a história de um romance
proibido entre o homem que é a
autoridade religiosa do reino, Imhotep, e uma das concubinas do faraó, Anck-Su-Namun. O caso é
descoberto pelo faraó e a moça é
condenada à morte.
Louco de amor, Imhotep tenta
ressuscitá-la na Cidade dos Mortos
(Hamunaptra). A guarda do faraó
descobre a tempo e impede o ritual
de ressurreição de sua amada. Imhotep é, então, mumificado vivo
com centenas de besouros.
Ele agoniza durante 3.000 anos
dentro do sarcófago, esperando a
hora de sair dali, ressuscitar a mulher dos seus sonhos para viverem
felizes para sempre.
A ação corta então para o ano de
1923, 3.000 anos depois da morte
de Imhotep e de Anck-Su-Namun.
Uma batalha é travada entre bandoleiros que tentam roubar o tesouro de Hamunaptra e os descendentes da guarda do faraó, que tentam protegê-la.
Um dos saqueadores, O'Connel
(Brendan Fraser), consegue escapar do massacre e torna-se um dos
únicos ocidentais a conhecer o
"endereço" de Hamunaptra. Ele
volta ao lugar pouco tempo depois,
desta vez acompanhado pela bibliotecária Evelyn (Rachel Weisz)
e seu atrapalhado irmão Jonathan
(John Hannah), que se interessam
pela Cidade dos Mortos -são estudiosos do antigo Egito.
O trio será o responsável por
"acordar" por acaso a múmia de
Imhotep, que lançará todas as maldições e perpetrará todas as crueldades para finalizar seu intento de
3.000 atrás: ressuscitar a amada.
O monstro apaixonado está de
volta, a exemplo de "Frankenstein", "Drácula", "A Bela e a Fera"
e tantos outros que beberam desta
fonte e encantaram multidões. "A
Múmia", versão 99, traz a mistura
de sustos e suspiros do original,
adicionando mais dois ingredientes: humor e.... efeitos especiais.
A produção, que custou US$ 76
milhões, quer pegar carona com o
primeiro episódio de "Star Wars".
A estréia de "A Múmia" nos EUA,
anteriormente prevista para julho,
foi antecipada. O filme já arrecadou mais de US$ 136 milhões. No
Brasil, o longa estréia menos de
uma semana antes de "Star Wars".
"Não há concorrência para "Star
Wars", mas espero que aquela multidão, que vai ficar horas nas filas,
veja o nosso cartaz e sinta vontade
de saber como é "A Múmia'", disse
o diretor Steven Sommers.
Em entrevista à Folha, os atores
falaram de como fizeram "A Múmia", numa tentativa de entrar para a galeria de outros aventureiros
ilustres do cinema, a mesma de
Harrison Ford e Errol Flynn.
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