São Paulo, Sexta-feira, 18 de Junho de 1999
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CINEMA - "A MÚMIA"
Efeitos embalam terror romântico

SYLVIA COLOMBO
de Londres

Foi-se o tempo em que apenas uma imagem em movimento fazia toda a alegria do cinema. Hoje, com o apelo dos superefeitos especiais, um filme é quase tão avaliado por isso quanto pela história que possua como enredo.
Não muito longe daquela época, em 1932, Boris Karloff (1887-1969) interpretou "A Múmia". Sem o apoio de maquiagens deformadoras ou efeitos de luz e som, Karloff teve que fazer medo nas pessoas com um olhar, um movimento.
E parece ter conseguido, pois o sucesso do personagem levou os estúdios a prepararem novas fornadas de filmes de horror com a múmia como estrela: "A Mão da Múmia" (1940), "A Tumba da Múmia" (1942) e outros.
Agora, "A Múmia" reaparece em nova versão, com Brendan Fraser fazendo o papel de mocinho, Rachel Weisz, o da mocinha, e Arnold Vosloo, o da múmia.
"A Múmia", que estréia hoje no Brasil, é, antes de tudo, uma história de amor. O filme começa em Tebas, no Egito, em 1719 a.C., durante o reinado do faraó Sethi. Conta a história de um romance proibido entre o homem que é a autoridade religiosa do reino, Imhotep, e uma das concubinas do faraó, Anck-Su-Namun. O caso é descoberto pelo faraó e a moça é condenada à morte.
Louco de amor, Imhotep tenta ressuscitá-la na Cidade dos Mortos (Hamunaptra). A guarda do faraó descobre a tempo e impede o ritual de ressurreição de sua amada. Imhotep é, então, mumificado vivo com centenas de besouros.
Ele agoniza durante 3.000 anos dentro do sarcófago, esperando a hora de sair dali, ressuscitar a mulher dos seus sonhos para viverem felizes para sempre.
A ação corta então para o ano de 1923, 3.000 anos depois da morte de Imhotep e de Anck-Su-Namun. Uma batalha é travada entre bandoleiros que tentam roubar o tesouro de Hamunaptra e os descendentes da guarda do faraó, que tentam protegê-la.
Um dos saqueadores, O'Connel (Brendan Fraser), consegue escapar do massacre e torna-se um dos únicos ocidentais a conhecer o "endereço" de Hamunaptra. Ele volta ao lugar pouco tempo depois, desta vez acompanhado pela bibliotecária Evelyn (Rachel Weisz) e seu atrapalhado irmão Jonathan (John Hannah), que se interessam pela Cidade dos Mortos -são estudiosos do antigo Egito.
O trio será o responsável por "acordar" por acaso a múmia de Imhotep, que lançará todas as maldições e perpetrará todas as crueldades para finalizar seu intento de 3.000 atrás: ressuscitar a amada.
O monstro apaixonado está de volta, a exemplo de "Frankenstein", "Drácula", "A Bela e a Fera" e tantos outros que beberam desta fonte e encantaram multidões. "A Múmia", versão 99, traz a mistura de sustos e suspiros do original, adicionando mais dois ingredientes: humor e.... efeitos especiais.
A produção, que custou US$ 76 milhões, quer pegar carona com o primeiro episódio de "Star Wars". A estréia de "A Múmia" nos EUA, anteriormente prevista para julho, foi antecipada. O filme já arrecadou mais de US$ 136 milhões. No Brasil, o longa estréia menos de uma semana antes de "Star Wars".
"Não há concorrência para "Star Wars", mas espero que aquela multidão, que vai ficar horas nas filas, veja o nosso cartaz e sinta vontade de saber como é "A Múmia'", disse o diretor Steven Sommers.
Em entrevista à Folha, os atores falaram de como fizeram "A Múmia", numa tentativa de entrar para a galeria de outros aventureiros ilustres do cinema, a mesma de Harrison Ford e Errol Flynn.


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