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'Sete Anos no Tibete' conta vida do montanhista Heinrich Harrer
Filme com Pitt omite passado
nazista de personagem central
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
de Nova York
Um dos filmes mais aguardados da temporada 97, "Sete
Anos no Tibete", enfrenta uma
polêmica que pode abalar seu
retorno financeiro.
Com Brad Pitt no papel principal, o filme é baseado na autobiografia do montanhista austríaco Heinrich Harrer, 84, e sua
passagem pelo Tibete.
Lá, Harrer conheceu o líder espiritual Dalai Lama, de quem se
tornou professor.
A Tri-Star, produtora do filme, apostava que ele seria um
possível candidato ao Oscar.
Uma denúncia da revista alemã
Stern, porém, pode colocar esses planos por água abaixo.
Segundo a publicação, Heinrich Harrer participou da SS de
Hitler, a polícia nazista que aterrorizou a Europa durante a Segunda Guerra.
O montanhista, que aparece
até em uma fotografia com Hitler, não negou seu passado nazista e disse estar com a consciência tranquila. "Foi um erro
pelo qual me arrependi."
A revelação do passado de
Harrer lembra a do de Kurt Waldheim, também austríaco. Depois de ter ocupado o cargo de
secretário-geral da ONU, Waldheim viu-se envolvido em um
escândalo quando descobriram
seu passado nazista.
As reações
Um grupo de judeus de Nova
York está pregando o boicote da
população norte-americana ao
filme, com estréia programada
para outubro.
Dizendo que desconhecia o
passado de Harrer, Annaud afirma que não deve mudar a história do filme. "Contamos a vida
de alguém que errou, sentiu-se
culpado e deu a volta por cima.
Depois da passagem pelo Tibete,
Harrer virou um ativista dos direitos humanos."
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