São Paulo, sexta-feira, 18 de agosto de 2006

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Violonistas cultuam Baden Powell

Tributo musical que estréia hoje no Sesc Pompéia visita obra do artista com nomes do alto escalão do violão nacional

Repertório tem canções como "Samba em Prelúdio", "Petit Valsa" "Astronauta" e "Cai Dentro" com o Quarteto Maogani


Marlene Bergamo/Folha Imagem
O violonista Baden Powell, que ganha tributo à sua obra de hoje a domingo no Sesc Pompéia


CARLOS CALADO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

No Brasil, um país tão rico em grandes violonistas, ele é praticamente uma unanimidade. Mesmo em âmbito internacional, não foram poucos os experts que o apontaram como o melhor violonista do mundo, em sua época.
A influência de Baden Powell (1937-2000) é tamanha que até músicos de gerações posteriores, que cresceram ouvindo música pop, foram inspirados por seu violão.
Também foi assim com Luiz Bueno e Fernando Melo, que integram o Duofel desde o final dos anos 70. Meses atrás, quando o Sesc Pompéia os convidou para dirigir um show do projeto Obra Viva dedicado a Baden Powell, eles encararam a proposta como um desafio. Afinal, só conheciam superficialmente a obra do violonista e compositor carioca.
"Depois de mergulhar durante um mês na obra do Baden, acabamos descobrindo uma influência enorme dele em nossa música", admite Bueno. "O Baden criou uma escola de violão. E o Duofel, de certa forma, prosseguiu de onde ele parou", diz o violonista.

Alto escalão
Bueno e Melo vão estar no teatro do Sesc Pompéia, de hoje a domingo, visitando a obra de Baden ao lado de outros violonistas do alto escalão nacional, como Yamandu Costa, Chico Pinheiro, Natan Marques, Maurício Carrilho, Marcel Powell e os integrantes do Quarteto Maogani.
"A música do Baden tem alma. Ele trouxe propostas novas de uma maneira simples", comenta Bueno, explicando que a proposta do show é traçar um panorama bem abrangente da obra do compositor carioca.
Não à toa, começa com o Duofel interpretando "Samba Triste", primeira música conhecida de Baden, composta por ele em meados dos anos 50 e, mais tarde, letrada por Billy Blanco.
Entre pérolas de diversas fases do violonista e compositor aparecem no roteiro: "Samba em Prelúdio", com Natan Marques; "Petit Valsa", com Yamandu Costa; "Cai Dentro", com o Quarteto Maogani; e "Astronauta", com Marcel Powell, filho do compositor.

Parceiro
Esse tributo musical não vai se limitar apenas à obra violonística de Baden, que também foi autor de dezenas de clássicos da MPB.
Algumas de suas canções mais conhecidas serão interpretadas por um de seus principais parceiros, o letrista Paulo César Pinheiro, além das cantoras Paula Morelembaum e Dalila Couti.
Pinheiro relembra sucessos da dupla, como "Violão Vadio", "Vou Deitar e Rolar" e "Refém da Solidão", acompanhado por Maurício Carrilho. Já a cantora Paula Morelembaum interpreta, com Chico Pinheiro e o Duofel, "Berimbau", "Canto de Ossanha" e "Consolação", lendários sambas-afros que nasceram da parceria de Baden Powell com o poeta Vinícius de Moraes, na década de 60.
Depois de passar um mês em contato diário com a obra de Baden, os violonistas do Duofel dizem que vão sair desse projeto enriquecidos musicalmente. "Sentimos o quanto vale realmente uma obra. Não importa que o autor já tenha ido embora. Ela fica", conclui Bueno.

OBRA VIVA - BADEN POWELL
Quando:
hoje e sábado, às 21h; domingo, às 18h
Onde: Sesc Pompéia (r. Clélia, 93, tel. 11/3781-7700)
Quanto: de R$ 8 a R$ 20


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