São Paulo, quinta-feira, 18 de agosto de 2011 |
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teatro "O Contrato" leva para os palcos os abusos de poder no trabalho Nova peça de Zé Henrique de Paula aborda perda da humanidade no mundo contemporâneo Texto de Mike Bartlett reflete sobre a sutil fronteira entre universo pessoal e público no ambiente profissional GABRIELA MELLÃO DE SÃO PAULO "O particular acabou", anunciava uma das protagonistas de "Casa/Cabul", peça de Tony Kushner que esteve em cartaz até o mês passado na cidade. "O Contrato", comédia de humor negro do inglês Mike Bartlett -cuja estreia acontece amanhã, depois de integrar o 15º Cultura Inglesa Festival-, expande essas ideias ao refletir sobre abuso de poder no ambiente profissional. A peça enfatiza a tênue fronteira entre o universo pessoal e o público na vida contemporânea. A coincidência temática dessas obras tem explicação. As duas chegaram aos palcos brasileiros graças ao olhar humanista de Zé Henrique de Paula, encenador que se tornou um dos mais profícuos da atualidade ao trabalhar com diferentes gêneros. O diretor encenou clássicos ("Cândida"), musicais ("Senhora dos Afogados"), tragédias ("As Troianas - Vozes da Guerra"), pela nova dramaturgia do país ("O Livro dos Monstros Guardados"), além de dramas de sucesso da Broadway. A temática da liberdade -ou falta dela- se impôs aos poucos, dando origem a trabalhos mais experimentais, que se destacaram na cena teatral do país. "Esses assuntos que têm a ver com alteridade começaram a me visitar insistentemente", diz ele à Folha. Em "As Troianas", transpôs a trama original da tragédia grega para um campo de concentração na Alemanha nazista. As troianas tornaram-se judias, expressando seus dramas através do canto e da linguagem corporal. Os gregos surgiram como oficiais e falavam alemão, em montagem intencionalmente desprovida de legendas. Ao promover diálogo entre ocidente e oriente em "Casa/Cabul", Zé Henrique continua a vislumbrar o teatro como palco de conflitos culturais. Em "O Contrato", dá prosseguimento à pesquisa. "A reflexão da peça sobre abuso se expande para a perda da humanidade no mundo contemporâneo", explica ele. O diretor planeja três montagens para este ano, que colocam em xeque o homem de seu tempo. Entre elas está "A Saideira", peça inédita de Harold Pinter no país. O CONTRATO QUANDO sex., às 21h30; sáb., às 21h; dom., às 19h; até 18/9 ONDE teatro Cultura Inglesa (r. Deputado Lacerda Franco, 333, Pinheiros, São Paulo, tel. 0/xx/11/3814-0100) QUANTO de R$ 10 a R$ 30 CLASSIFICAÇÃO 14 anos Texto Anterior: Crítica/POP: CSS usa lógica do 'shuffle' para fazer mistura em seu 3º CD Próximo Texto: Rubricas Índice | Comunicar Erros |
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