São Paulo, quinta-feira, 18 de agosto de 2011

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Teatros de SP lucram com comédia "stand-up"

Ao menos nove palcos têm humor em pé, que gerentes dizem render mais que peças

CHICO FELITTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A comédia "stand-up" está fazendo donos de teatros de São Paulo rirem. Não pela graça das piadas, mas de alegria pela lotação da plateia.
Ao menos nove teatros da cidade têm em sua programação espetáculos de humor em pé, e quem cuida da programação (e da bilheteria) garante que o negócio é bom.
"O 'stand-up' no horário alternativo, depois das 22h, é muitas vezes mais rentável que teatro no horário nobre, das 19h às 22h", diz Marco Ribeiro, do teatro das Artes, dentro do shopping Eldorado, onde a peça shakespeariana "A Tempestade" compete com "Senta para Rir".
"Testamos o primeiro 'stand-up' quatro anos atrás. Lotávamos a sala [de 600 lugares] um mês antes", diz Betania Brigati, diretora do teatro Frei Caneca, que tem em cartaz três shows do gênero.
Desde outubro de 2008, o "Comédia ao Vivo" usa nomes como Marcelo Adnet para levar ao todo 10 mil pessoas ao teatro Renaissance, debaixo do hotel homônimo. A temporada foi estimada em um mês -beira três anos. "A vida útil do 'stand-up' é maior que a de uma peça", diz Ribeiro, do teatro das Artes.
Mesmo quem está fora da onda quer entrar. "O teatro Cleyde Yáconis recebeu propostas de 'stand-up'. Não deu certo porque era gente pouco conhecida", diz o coordenador Douglas dos Reis.
O teatro foi atrás dos grandes nomes do humor de pé. "Mas eles preferem casas centrais, e o teatro é tido como pequeno [são 288 lugares]."
Nem sempre, porém, o "teatrão" cede tablado de bom grado para os comediantes.
"A gente recebe algumas queixas de atores", diz Betania, do Frei Caneca. "Acham que não é arte, mas temos de ter alternativa para todos os tipos de público." A fórmula conciliatória dela é ter ao menos um espetáculo "nobre".
"É fácil demais fazer", diz Paulo Gustavo, que acabou há dias uma temporada de "stand-up" no Procópio Ferreira. "Os espetáculos não têm cuidado: luz de cozinha, calça jeans, chinelo no pé e qualquer texto ruim bastam." Gustavo quer dar um tempo. "Vou fazer musical, que requer uma produção enorme."


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