São Paulo, quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Azymuth repassa carreira em show

Trio instrumental, conhecido pela fusão de samba, funk e jazz, faz hoje rara apresentação em SP, no Sesc Vila Mariana

Às vésperas de turnê européia, grupo lança disco "Butterfly'; baterista também cuida de projeto paralelo com o DJ Madlib


BRUNA BITTENCOURT
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O show no Sesc Vila Mariana hoje, às 20h30, é uma das poucas chances de ver o grupo Azymuth em São Paulo. "Nós trabalhamos mais lá fora do que no Brasil", diz o baterista Ivan "Mamão" Conti, que, ao lado do tecladista José Roberto Bertrami e do baixista Alex Malheiros, forma o Azymuth. Com sua fusão de samba, funk e jazz, o trio instrumental ficou conhecido por gravar arranjos de grandes nomes da música brasileira, como Tim Maia, Raul Seixas, Erasmo Carlos, Erlon Chaves e Flora Purim -espécie de madrinha do grupo-, além de álbuns autorais. "Nos dedicamos a fazer trabalhos para outros artistas, mas com as nossas idéias. Isso ajudou a abrir caminho para fazermos outro tipo de som, sem nunca perder a raiz brasileira", conta Mamão. O repertório do show de hoje abrange seus 30 anos de carreira e traz músicas como "Linha do Horizonte" (único sucesso cantado pelo grupo), "Vôo sobre o Horizonte" e "Melô da Cuíca" (tema da novela "Pecado Capital", de 1976). Com uma extensa discografia, que abrange cerca de 30 títulos, como "O Fabuloso Fittipaldi" (1973), trilha sonora do filme homônimo, e "Light as a Feather" (1978), o grupo viu, a partir dos anos 80, seus discos serem lançados apenas no exterior -só o selo norte-americano Milestone lançou 15 títulos. Depois de duas coletâneas, o trio lança em outubro (pela gravadora inglesa Far Out) "Butterfly", álbum de inéditas, com exceção da faixa de Herbie Hancock que dá nome ao disco. Ao mesmo tempo, iniciam uma turnê européia, a terceira fora do Brasil neste ano.

Projeto paralelo
Em 2002 e 2006, Mamão participou da versão brasileira do projeto Keeping Time, que reúne influentes bateristas americanos e DJs em shows. Na época da primeira apresentação, o baterista conheceu o DJ e produtor norte-americano Madlib, que lhe entregou um disco de remixes do Azymuth feito por conta própria. Em seguida, Mamão gravou uma série de trechos de bateria de faixas inéditas e outras já conhecidas, como "Berimbau" (Baden Powell), que Madlib completou, trabalhando a parte rítmica e harmônica, com colaborações dos DJs J.Rocc, Nuts e de Thalma de Freitas. O resultado é o disco "Sujinho", lançado neste ano sob o pseudônimo Jackson Conti -união dos sobrenomes de Mamão e Madlib- e homenagem ao restaurante paulistano homônimo. Disponível apenas nos EUA, o projeto deve ganhar os palcos no fim do ano.

AZYMUTH
Quando: hoje, às 20h30
Onde: Sesc Vila Mariana (r. Pelotas, 141, tel. 0/xx/11/5080-3000)
Quanto: de R$ 3 a R$ 12
Classificação indicativa: não recomendado para menores de 12 anos



Texto Anterior: Comentário: Artista montou circo de mau gosto e luxúria
Próximo Texto: Paula Morelenbaum volta menos "eletrônica"
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.