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Azymuth repassa carreira em show
Trio instrumental, conhecido pela fusão de samba, funk e jazz, faz hoje rara apresentação em SP, no Sesc Vila Mariana
Às vésperas de turnê européia, grupo lança disco "Butterfly'; baterista também cuida de projeto paralelo com o DJ Madlib
BRUNA BITTENCOURT
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O show no Sesc Vila Mariana
hoje, às 20h30, é uma das poucas chances de ver o grupo Azymuth em São Paulo. "Nós trabalhamos mais lá fora do que
no Brasil", diz o baterista Ivan
"Mamão" Conti, que, ao lado do
tecladista José Roberto Bertrami e do baixista Alex Malheiros, forma o Azymuth.
Com sua fusão de samba,
funk e jazz, o trio instrumental
ficou conhecido por gravar arranjos de grandes nomes da
música brasileira, como Tim
Maia, Raul Seixas, Erasmo Carlos, Erlon Chaves e Flora Purim
-espécie de madrinha do grupo-, além de álbuns autorais.
"Nos dedicamos a fazer trabalhos para outros artistas,
mas com as nossas idéias. Isso
ajudou a abrir caminho para fazermos outro tipo de som, sem
nunca perder a raiz brasileira",
conta Mamão.
O repertório do show de hoje
abrange seus 30 anos de carreira e traz músicas como "Linha
do Horizonte" (único sucesso
cantado pelo grupo), "Vôo sobre o Horizonte" e "Melô da
Cuíca" (tema da novela "Pecado Capital", de 1976).
Com uma extensa discografia, que abrange cerca de 30 títulos, como "O Fabuloso Fittipaldi" (1973), trilha sonora do
filme homônimo, e "Light as a
Feather" (1978), o grupo viu, a
partir dos anos 80, seus discos
serem lançados apenas no exterior -só o selo norte-americano Milestone lançou 15 títulos. Depois de duas coletâneas,
o trio lança em outubro (pela
gravadora inglesa Far Out)
"Butterfly", álbum de inéditas,
com exceção da faixa de Herbie
Hancock que dá nome ao disco.
Ao mesmo tempo, iniciam uma
turnê européia, a terceira fora
do Brasil neste ano.
Projeto paralelo
Em 2002 e 2006, Mamão
participou da versão brasileira
do projeto Keeping Time, que
reúne influentes bateristas
americanos e DJs em shows.
Na época da primeira apresentação, o baterista conheceu o
DJ e produtor norte-americano Madlib, que lhe entregou
um disco de remixes do Azymuth feito por conta própria.
Em seguida, Mamão gravou
uma série de trechos de bateria
de faixas inéditas e outras já conhecidas, como "Berimbau"
(Baden Powell), que Madlib
completou, trabalhando a parte
rítmica e harmônica, com colaborações dos DJs J.Rocc, Nuts
e de Thalma de Freitas.
O resultado é o disco "Sujinho", lançado neste ano sob o
pseudônimo Jackson Conti
-união dos sobrenomes de
Mamão e Madlib- e homenagem ao restaurante paulistano
homônimo. Disponível apenas
nos EUA, o projeto deve ganhar
os palcos no fim do ano.
AZYMUTH
Quando: hoje, às 20h30
Onde: Sesc Vila Mariana (r. Pelotas,
141, tel. 0/xx/11/5080-3000)
Quanto: de R$ 3 a R$ 12
Classificação indicativa: não recomendado para menores de 12 anos
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