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Coreografia mescla maracatu, cânticos religiosos e balé clássico
Projeto "Agô", de Guga Stroeter, vira espetáculo com 8 bailarinos e orquestra
ADRIANA PAVLOVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Fruto de idas e vindas do músico e produtor cultural Guga
Stroeter a Cuba, o CD "Agô",
com cânticos religiosos, iorubá
da santeria cubana e do candomblé brasileiro, foi lançado
em 2002 de forma independente, sem estardalhaço.
No ano passado, "Agô" ganhou novo fôlego com mais
uma tiragem pelo selo Sambatá
e uma série de shows. Mesmo
assim, Stroeter não deu fim ao
trabalho: seu sonho era transformar o projeto num musical.
Seis anos depois, "Agô" chega
ao público como espetáculo
neste sábado, na Sala Crisantempo, na Vila Madalena. Batizado de "Agô! Dança Contemporânea", ganhou coreografia
inédita da dupla Ângelo Madureira e Ana Catarina Vieira.
Os movimentos são interpretados por oito bailarinos, ao
som da trilha executada ao vivo
pela orquestra Heartbreakers e
pelos cantores Liena Hernandez (Cuba) e Sapopemba (Brasil). "É uma celebração", diz
Stroeter. "O que mais me interessa como artista é esse fenômeno primitivo e sofisticado
que une a voz que canta, o instrumento que toca e o corpo
que dança."
A mesma mestiçagem musical de "Agô", cujos cânticos, no
CD, ganharam roupagem jazzística, se repete nos movimentos coreográficos. "Houve uma
mão dupla de contaminação,
porque nossa dança também é
mestiça", diz Madureira.
"Aqui trabalhamos com a
mistura de passos de maracatu,
samba e balé clássico, só que,
dessa vez, a pegada foi mais
afro. Há mais gingado, uma soltura corporal dos bailarinos",
afirma o coreógrafo.
O desafio para a dupla foi
maior porque, em quase uma
década de pesquisa, eles só haviam criado para três corpos:
além dos dois, o de Ana Noronha, no recente espetáculo "O
Nome Científico da Formiga".
Agora, o grupo que conta até
com dois ex-integrantes do
Ballet Stagium quer virar companhia de verdade. ""Agô", em
iorubá, quer dizer "dá licença".
Estamos pedindo licença para
uma nova forma de trabalho
também", conclui Madureira.
AGÔ! DANÇA CONTEMPORÂNEA
Quando: estréia sábado; sáb., às 21h,
dom., às 20h. Até 19/10
Onde: Sala Crisantempo (r. Fidalga,
521; tel. 0/xx/11/3819-2287)
Quanto: R$ 7 e R$ 15
Classificação indicativa: livre
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