MY house is your house! A cidade do tecno abre seus braços e suas portas para a essência, para a origem de tudo, para o princípio. Todo mundo que gosta de tecno agora acha bonito falar que gosta também de house. Mas sem drama, sem separatismo, sem oposições. Tudo saudável e inteligente. Assim, está em alta na cidade um estilo de house alegre, com pitadas de disco, com pitadas de funk, com pitadas de tecno (claro!). Assim estão tocando alguns dos principais DJs da cidade. Na festa de anteontem, no lançamento do disco do DJ Alfred, foi esse o tom. Sim, todo mundo se preocupou em tocar coisas que o próprio Alfred gostava, mais as produções dele. O resultado foi uma noite leve, com alguns dos principais pilares da cena presentes, com cara de homenagem mesmo, com cara de coisa do bem, de integração. Como deve ser.
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CURIOSO que Alfred marque esse novo momento. Amante da house, da deep house, da tech-house, da disco do Paradise Garage (que frequentava em Nova York), Alfred era, a seu modo, um visionário. "Ele era maravilhoso. Hoje é que eu entendo o trabalho dele. Algumas fitas que ele fez só recentemente eu fui entender. Ele foi o precursor de muita coisa por aqui", comentava o promoter Oscar Bueno. "Ele devia estar aqui para ouvir os amigos dele tocando essas músicas para ele", dizia o DJ Luiz Pareto. "Ele está aqui, esta festa é pra ele", falou Marcelo Otaviano. Marquinhos Marla concorda: "Ele está ali em cima, sentado no globo de espelho!" Marina Dias também saiu da toca para lembrar Alfred na pista: "Ele era a pessoa mais criativa, louca e absurda, e um dos melhores contadores de histórias que conheci". E o que todo mundo lembrou: faz muita falta a gargalhada de Alfred por aqui. Para quem não teve esse privilégio, mas quer uma amostra do trabalho do DJ, procure pelo nome H2A nas lojas de discos de SP. "Ele vai estar com a gente sempre", resume Adriana Recchi, enquanto a DJ Ana deseja: "Espero que ele esteja feliz".
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E como diria o Simão: Bomba! Bomba! Está na "Muzik"! Num chart publicado na nova edição de outubro da revista inglesa, o top DJ Carl Cox, número 1 do tecno no mundo, indica a nova música do DJ Mau Mau, dentro de um set no clube Space (meu clube do coração em Ibiza). E daí? E daí que tudo em que o Carl Cox põe a mão vira ouro, ele é simplesmente o profissional mais observado do planeta e agora todo mundo vai querer a música, chamada "This is Tropic" (que efetivamente já tem distribuição internacional). Orgulhoso, Mau Mau (que é sócio do selo) mostra a recém-chegada "Muzik" pra todo mundo, enquanto Henrique Cury comemora: "O selo está em voga, o Mau Mau está em voga. Gastamos uma puta grana no selo, mas valeu. A proposta do Tropic é essa: misturar com ritmos brasileiros não só o tecno, mas a house, o drum'n'bass... O Brasil está em voga", festeja. A festa, aliás, é nossa.
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E o Brasil está em voga mesmo. Tanto que semana que vem promete. Quarta tem Sasha no Lov.e, quinta tem Seb Fontaine na B.A.S.E, dentro do projeto Camel Connection. Sasha, você sabe, ficou conhecido como o superstar DJ e tem seguidores em todo o mundo. Legítimo som inglês, na noite batizada de Sasha for Friends. Já Seb Fontaine promete "deep house para funky tecno". Confira os dois.
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E tem rave também este fim-de-semana. É a XXX-perience, que acontece neste sábado. E sobre a crise das mega-raves, Feio, um dos organizadores, avisa que eles também saem em busca do vibe perdido. "Regredimos. Retornamos para a ilha e voltamos às origens. Queremos menos atrativos e mais qualidade de som", completa. "Demos um passo muito grande com a última festa, que custou R$ 65 mil." Feio diz também que eles ficaram "muito tristes" com os últimos acontecimentos e que, por isso, eles preparam também uma festa chamada X-File, para daqui a um mês, para reforçar a união da cena rave, somente para 200 pessoas, com convite xerox, de graça, para cada um levar sua própria bebida. Tá certo. Essa XXX-Perience terá como estrela a DJ Domino, de trance Goa legítimo, já que ela é nascida em Goa (mas morando em Londres). Outros hypes de raves anteriores estarão lá: a sensacional sala de cítara de Marsicano e o bungee jump na faixa. Se jogue: pegue a Imigrantes, sentido litoral, entre na saída do km 20 (Eldorado), após o pedágio de R$ 0,80, vire à direita. Siga pela rua Teuypan e depois na rua Epitá até o final e vire à esquerda na rua Antonio Sylvio Cunha Bueno, que muda de nome para av. Nossa Senhora dos Navegantes, município de Eldorado (ande mais 1,5 km). No final, vire à esquerda no farol. Ande mais 200 m., vire à esquerda na estrada do Alvarenga, sentido posto Shell, e dirija por 4,7 km até a Ilha do Sabiá. E pronto!
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E São Paulo é mesmo a cidade do after-hours. Ana e David tocam de sábado para domingo no Lov.e in Paradise. No de hoje, na Lôca, Mau Mau é o convidado. E a Lôca, você sabe, é o verdadeiro espírito underground. Na semana passada, por exemplo, Dave Seaman acabou empastelado pelo público do The Future. Se tivesse tocado na Lôca teria devastado a pista. Eis a armadilha dos superclubes: conseguem trazer os caras, mas esbarram em um perfil de um povo que está ali às vezes somente para jogar lata na piscina. Enquanto isso, na batcaverna da Frei Caneca, Mauricio UM acertava todas na pista escura, enfumaçada e apertada.
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E rolou o DJ LS2, de Brasília, saudado como revelação, no after da semana passada. Quem relata é o nosso enviado especial Marcão Morcerf: "Ele é bom, mixa superbem e é beeem animado. Até um pouco demais pro meu gosto atual, que gosto de dançar um set mais variaado, que além de ter músicas animadas me proporcione alguns momentos de viagem mais deep. LS2 tocou house e tech-house funkeados com influências disco. E foi lenha animada mesmo. Acelerado o tempo todo, ele não quis arriscar numa noite de estréia. O povo da Br-Raves e do site rraurl (que alguns chamam de rural) gritava e pulava sem parar. Tipo torcida organizada (adoraria vê-los mais vezes nas pistas com nossos DJs paulistas). E o povo de SP também parece que gostou bastante. E se não grita mais é porque não está mais nessa fase. No início do set as músicas pareciam mudar meio rápido demais, demonstrando uma certa ansiedade em mostrar o que sabe fazer. Foi uma das pistas mais legais do Paradise: muita gente legal se divertindo. E se o DJ LS2 não chega a ser uma revolução, surpreendente, mostrou que é um ótimo DJ, pronto para ser chamado. Mas a verdade é que temos ótimos DJs aqui em SP e trazer os bons DJs do Brasil para tocar demonstra o amadurecimento da cena."
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E como diria de novo o Simão: Bomba, bomba! O estilista André Lima deixa a Cavalera. Diz que agora a marca não quer mais essa coisa fashion e quer "simplificar". Viu só? Sabia que aquele desfile ia dar babado...
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E, falando em house, saiu no Brasil o novo disco do Danny Tenaglia. É um dos melhores lançamentos do gênero do ano. Tem "Turn Me On", com participação da diva house Liz Torres, tem "Music Is the Answer", "Better Days", com a participação do Cevin Fisher (um dos produtores de que a gente mais gosta) falando "people were dancing, people were smiling, the music was pumping, there was a feeling..." Bem a ver com o que falei antes, né? E tem a já clássica "Elements", mais "Headhunter", que você leu aqui antes. O disco chama "Tourism" (Universal). Não é mixado, mas dá para deixar direto.
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A atriz Jennifer Tilly confirmou presença no filme "Relax", na abertura do Mix Brasil. Será a primeira "oscarizável" do festival, festeja o sempre-fofo André Fischer.
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QUER aprender? Dudu Marote faz palestra sobre produção de música eletrônica dia 21 no Sesc Consolação (19h). Ligue (011) 234-3000.
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E no lugar novo o Mercado Mundo Mix conseguiu recuperar um pouco da cara do comecinho. O maior diferencial é a ausência dos cyber-manos. E sabe como? Ficando longe do metrô! E o mercado se prepara para lançar sua primeira revista, chamada "Mundo Mix Magazine", editada por Hussein Rimi. Com tiragem bimestral, com 50 mil exemplares, dedicado a moda, música e comportamento. E fim-de-semana que vem tem MMM no Rio.
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E viva a cena! A cena vive!
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e-mail: palomino@uol.com.br



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