São Paulo, sexta-feira, 18 de outubro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

RUÍDO

Warner afirma que destruiu 600 mil discos

PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL

Assumindo política contrária à manutenção de pontas-de-estoque, a gravadora Warner afirma que, no início do ano, destruiu 600 mil discos "encalhados" em seu estoque.
O diretor comercial da Warner, Edson Novais, defende que a prática da ponta-de-estoque prejudica o artista -um CD novo do cantor popular Daniel, por exemplo, competiria por mercado com títulos antigos dele próprio, que nas pontas-de-estoque podem ser vendidos por até R$ 4. "Não é questão de jogar no lixo. Não cabe um CD ser vendido a R$ 1,90. Quando sobra, a gente quebra. E, ao quebrar discos, recuperamos imposto", justifica-se Novais.
Lojistas reagem à política. "Não tem lógica isso. Na banca do camelô, colaborando com a criminalidade, a imagem do artista está preservada?", questiona o lojista independente de São Paulo André Fiori, para quem é "mesquinha" a política de que é melhor jogar mercadoria (arte?) fora que barateá-la.

O NÃO-LANÇAMENTO

Um dos segmentos que a EMI deixou de fora da coleção "Odeon 100 Anos" foi o da música puramente pop/ comercial. Aí se incluiria, por exemplo, o tecnopop de "Muito Estranho" (82), primeiro álbum do razoável cantor e exímio compositor popular Dalto. Em 82, o Brasil cantava "Muito Estranho (Cuida Bem de Mim)" e "Flashback". Hoje, nada.

NÃO-LANÇAMENTOS?
Vários dos títulos da coleção "Odeon 100 Anos", recém-lançada pela EMI, já motivam reclamações de consumidores: ou não são encontráveis nas lojas ou constam como esgotados em sites de compras. A EMI, que diz ter prensado tiragens de 1.000 a 2.000 cópias de cada um dos 45 volumes, afirma que já providencia as reposições. A gravadora confessa-se surpresa com a procura, mas não faz planos de vender a coleção no exterior, onde samba-jazz e samba-soul têm boa rotatividade.

RE-REFESTANÇA
Abrem-se as conversações para que Gilberto Gil e Rita Lee reeditem, possivelmente no próximo ano, o projeto "Refestança", que os uniu em shows e disco ao vivo em 1977.

GIL NUMERADO
E a caixa com 28 CDs de Gil na Warner, que sai no início de novembro e trará quatro discos inéditos, terá tiragem limitada, de 2.000 exemplares. Numerados, de 1 a 2.000.

DJALMA ELETRÔNICO
Mundialmente reconhecido, o percussionista brasileiro Djalma Corrêa une-se nesta segunda (21) no Moai Lounge (r. João Passalacqua, 80), à nata experimental européia do duo Flanger e do baterista Jaki Leibezeit (do histórico grupo alemão Can). Uau.

E-mail:
psanches@folhasp.com.br

Texto Anterior: Crítica: Melancolia é explicitada
Próximo Texto: Outros lançamentos: As pegadas de Mr. Wayne Shorter
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.