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Crítica
Ideias de "Batman Begins" são facilmente esquecíveis
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
"Batman Begins" (TNT,
22h, 12 anos) não é só um título, é quase um programa de vida. Trata-se de apagar o Batman anterior, de Tim Burton, a
que outros cineastas mal e mal
deram sequência.
Esse Batman de Burton era
politizado e se batia contra fantasmas verdadeiros. A Mulher-Gato expressava dores e mal-entendidos das relações homem-mulher. O Pinguim representava a tomada do poder
por políticos corruptos.
Mas agora Batman "begins".
Começa. Nunca traduzido para
o português. Estamos na língua
universal do cinema. E Bruce
Wayne deve voltar ao princípio, à morte dos pais, à vida no
exterior etc. O Batman que começa corresponde bem ao programa estético de Christopher
Nolan, seu diretor, em "Amnésia": criar filmes com ideias para durar na memória por dez
segundos, ou dez minutos, ou
dez dias. Muito mais, não.
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