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MIS mostra imagens geradas em laboratório
Artistas que trabalharam em projeto do museu tentam criar novos espaços visuais e sonoros a partir da tecnologia
Estão na exposição Anaisa Franco, Cláudio Bueno, Paulo Meira, Caetano Dias, Guilherme Lunhani e Felipe Sztutman e Rodrigo Bellotto
SILAS MARTÍ
DA REPORTAGEM LOCAL
Numa sala escura, três projetores lançam imagens contra
um cilindro cheio de fumaça.
Anaisa Franco dá uma volta em torno de sua obra, procurando enxergar cada estilhaço de luz.
"É uma escultura imaterial", diz ela. "A luz vira matéria."
E também tenta definir espaços nas obras dos outros residentes do Museu da Imagem e
do Som. Nesta primeira mostra
do grupo de artistas que trabalhou no laboratório do MIS, fica clara a tentativa, fracassada
ou não, de criar novas dimensões a partir da tecnologia.
Franco fala em "extrusão da imagem". No dicionário, extrusão quer dizer a passagem de
metal ou plástico por um orifício para chegar a uma nova forma. Não difere muito do que fazem esses artistas, tentando enfiar, pela goela das novas mídias, imagens antes restritas a plataformas convencionais.
No cilindro de fumaça, extrusão que deu certo, a imagem de
uma garota andando pela cidade se transforma numa constelação de pontos luminosos, de
uma energia raivosa. Desafia a
perspectiva comum e transforma a metrópole numa caixinha
de música a mil por hora -farpas de uma noite mal dormida.
Caetano Dias vai na mesma
direção e projeta a imagem de
um homem num mar revolto
sobre um chumaço de algodão.
Tenta opor a tempestade já em
curso à sua forma latente, sobrepondo nuvem e aguaceiro.
Dividindo um único filme em
duas telas, Paulo Meira alterna
dois momentos de percepção,
tentando criar uma terceira
margem para uma história que
já existia num só plano visual.
Na linha interativa, Rodrigo
Bellotto e Felipe Sztutman
constroem uma caixa preta.
Um corredor em caracol leva a
um pequeno espaço lá dentro,
cheio de "estímulos sensoriais". Evocam a arte participativa, dizendo que é uma obra
centrada no espectador, nas
"narrativas sinestésicas" que
ele for capaz de construir.
Do mesmo jeito que os balões
de Cláudio Bueno, acionados
por celular, estouram e despejam purpurina roxa no espaço
do museu. Cada visitante manda um desejo à obra, que responde com a pequena explosão,
não importa qual o desejo. Fica
o chão todo brilhante e a sensação de que falta alguma coisa.
MOSTRA LABMIS
Quando: ter. a sáb., 12h às 19h;
dom., 11h às 18h; até 3/1
Onde: MIS (av. Europa, 158, São
Paulo, tel. 0/xx/11/2117-4777)
Quanto: R$ 4
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