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Sobrevivente de Auschwitz lança memórias no país
Eva Schloss, 81, que está no Brasil, conheceu Anne Frank, cujo diário se tornou famoso, na adolescência
"A História de Eva" retoma descrição do Holocausto a partir do ponto em que relato da colega terminou
MARCELO BORTOLOTI
DO RIO
A austríaca Eva Schloss,
81, é uma espécie de meia irmã da alemã Anne Frank, cujos diários escritos durante
da Segunda Guerra Mundial comoveram o mundo.
Ambas de origem judaica,
elas se conheceram quando
eram adolescentes, na Holanda, já ocupada pelos nazistas. Seus destinos, embora
distintos, se entrelaçam.
Anne morreu num campo de concentração em 1945.
Eva passou pelo mesmo horror mas sobreviveu para contar a história. Depois da guerra, sua mãe se casou com Otto Frank, pai de Anne, e o casal foi responsável pela publicação e divulgação dos
diários da adolescente.
Eva Schloss escreveu, em 1988, o livro "A História de
Eva", que está sendo lançado no Brasil pela editora Record.
Sua narrativa continua no ponto em que Anne parou.
Ela conta de forma crua sua
passagem por Auschwitz,
onde perdeu o pai e um irmão, e viu sua mãe escapar
por pouco da câmara de gás.
Desde a semana passada, a autora está no país.
Hoje, em São Paulo, visita
uma escola pública de Paraisópolis e assiste, no clube
Hebraica, a uma leitura da
peça "O Diário de Anne
Frank", feita por Milton Gonçalves em sua homenagem.
Eva conta que, quando escreveu o livro, já não tinha a
mesma descrença na humanidade, mas que jamais conseguiu entender por que pessoas comuns foram capazes
de tamanha atrocidade.
Faz questão de tirar o casaco para mostrar a tatuagem
no braço, sua identificação no campo de concentração.
"Foi o crime mais horrível
já cometido pela humanidade, e as histórias precisam
ser lembradas para que nunca mais se repita", diz.
A HISTÓRIA DE EVA
AUTORA Eva Schloss
TRADUÇÃO Vitor Paolozzi
EDITORA Record
QUANTO 39,90 (256 págs.)
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