São Paulo, quarta, 18 de novembro de 1998

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FESTIVAL
4º Maceió Jazz Festival começa amanhã, em Alagoas, com ritmos latinos e homenagem a Gershwin e Tom Jobim
Paco D'Rivera mistura Cuba, Uruguai e Rio

CARLOS CALADO
especial para a Folha

O saxofonista cubano Paquito D'Rivera e o clarinetista brasileiro Paulo Moura são destaques da noite de abertura do 4º Maceió Jazz Festival, que acontece de amanhã a sábado, na capital do Estado de Alagoas. "Além de ser uma opção de cultura e lazer, o festival também funciona como pólo de atração turística", diz o produtor Rogério Carnasciali, que criou o Maceió Jazz em 1995, após frequentar festivais similares, na Europa.
Algumas mudanças ocorreram desde o anúncio oficial desta edição do evento, em setembro último. Inicialmente programada, a banda norte-americana de "jazz fusion" Spyro Gyra será substituída pelo cantor Ivan Lins.
"A vinda da banda estava vinculada a uma turnê pelo Brasil, que foi adiada, mas ainda pretendemos trazê-la no próximo ano", promete o produtor.
Outra alteração diz respeito ao local do evento: a produção desistiu de apresentar os shows principais no recém-restaurado teatro Deodoro. Toda a programação voltará a se concentrar nas dependências do hotel Jatiúca.
"A platéia local questionou o porquê da mudança. Chegamos à conclusão que um festival de música, numa cidade com o clima de Maceió, tem mesmo que ser feito ao ar livre", diz Carnasciali.
Já contando com o patrocínio de várias empresas, como Petrobrás, Tele Nordeste e Unimed, o evento alagoano está próximo de obter sua independência total dos órgãos públicos. "Isso nos permitiu baixar os preços dos ingressos", comemora o produtor.
Uma iniciativa rara, em termos de festivais do gênero, é a meia-entrada para estudantes, que chega a R$ 6 (nas arquibancadas). "Essa é uma maneira de se criar um novo público para a boa música", diz Carnasciali, que espera superar a marca de 6.000 espectadores registrada em 97.
A noite de abertura promete ser eclética. A começar pelo trio do jazzista cubano Paquito D'Rivera, que inclui o pianista uruguaio Pablo Zinger e o violoncelista carioca Gustavo Tavares.
Recheado de ritmos latinos, o repertório do conjunto destaca composições de D'Rivera, de Zinger, do argentino Astor Piazzolla e do brasileiro Heitor Villa-Lobos, já gravadas no recém-lançado CD "Chamber Music from the South" (selo Mix House).
Outra atração do programa de amanhã é o show "Rhapsody in Bossa", que homenageia, ao mesmo tempo, os 40 anos da bossa nova (com ênfase em canções de Tom Jobim) e o centenário de nascimento do compositor norte-americano George Gershwin.
Liderada por Paulo Moura (clarinete e saxofones), a banda inclui o pianista britânico Cliff Korman e o violinista polonês Jersy Milewski, acompanhados por quatro feras do instrumental brasileiro: Pascoal Meireles (bateria), Nelson Farias (guitarra), Jota Moraes (teclados e vibrafone) e Rodolfo Stroeter (contrabaixo).
Além da programação principal, que inclui uma noite de MPB (com Ivan Lins e Toquinho) e uma noite de blues (com o saxofonista norte-americano Gary Brown e a banda nacional Big Allanbik), o Maceió Jazz também vai oferecer o alternativo Festival Off. Grupos e artistas locais, como Leureny, Everaldo Borges, Lappann & The Blues Brothers, além da banda Paraíba Jazz, vão se apresentar nas tardes de sexta e sábado. Esses shows serão gravados e devem, segundo o produtor, compor um CD que lançará o selo Maceió Jazz Festival.



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