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FESTIVAL
4º Maceió Jazz Festival começa amanhã, em Alagoas, com ritmos latinos e homenagem a Gershwin e Tom Jobim
Paco D'Rivera mistura Cuba, Uruguai e Rio
CARLOS CALADO
especial para a Folha
O saxofonista cubano Paquito
D'Rivera e o clarinetista brasileiro
Paulo Moura são destaques da noite de abertura do 4º Maceió Jazz
Festival, que acontece de amanhã a
sábado, na capital do Estado de
Alagoas. "Além de ser uma opção
de cultura e lazer, o festival também funciona como pólo de atração turística", diz o produtor Rogério Carnasciali, que criou o Maceió Jazz em 1995, após frequentar
festivais similares, na Europa.
Algumas mudanças ocorreram
desde o anúncio oficial desta edição do evento, em setembro último. Inicialmente programada, a
banda norte-americana de "jazz
fusion" Spyro Gyra será substituída pelo cantor Ivan Lins.
"A vinda da banda estava vinculada a uma turnê pelo Brasil, que
foi adiada, mas ainda pretendemos
trazê-la no próximo ano", promete
o produtor.
Outra alteração diz respeito ao
local do evento: a produção desistiu de apresentar os shows principais no recém-restaurado teatro
Deodoro. Toda a programação
voltará a se concentrar nas dependências do hotel Jatiúca.
"A platéia local questionou o
porquê da mudança. Chegamos à
conclusão que um festival de música, numa cidade com o clima de
Maceió, tem mesmo que ser feito
ao ar livre", diz Carnasciali.
Já contando com o patrocínio de
várias empresas, como Petrobrás,
Tele Nordeste e Unimed, o evento
alagoano está próximo de obter
sua independência total dos órgãos públicos. "Isso nos permitiu
baixar os preços dos ingressos",
comemora o produtor.
Uma iniciativa rara, em termos
de festivais do gênero, é a meia-entrada para estudantes, que chega a
R$ 6 (nas arquibancadas). "Essa é
uma maneira de se criar um novo
público para a boa música", diz
Carnasciali, que espera superar a
marca de 6.000 espectadores registrada em 97.
A noite de abertura promete ser
eclética. A começar pelo trio do
jazzista cubano Paquito D'Rivera,
que inclui o pianista uruguaio Pablo Zinger e o violoncelista carioca
Gustavo Tavares.
Recheado de ritmos latinos, o repertório do conjunto destaca composições de D'Rivera, de Zinger,
do argentino Astor Piazzolla e do
brasileiro Heitor Villa-Lobos, já
gravadas no recém-lançado CD
"Chamber Music from the South"
(selo Mix House).
Outra atração do programa de
amanhã é o show "Rhapsody in
Bossa", que homenageia, ao mesmo tempo, os 40 anos da bossa nova (com ênfase em canções de Tom
Jobim) e o centenário de nascimento do compositor norte-americano George Gershwin.
Liderada por Paulo Moura (clarinete e saxofones), a banda inclui o
pianista britânico Cliff Korman e o
violinista polonês Jersy Milewski,
acompanhados por quatro feras
do instrumental brasileiro: Pascoal Meireles (bateria), Nelson Farias (guitarra), Jota Moraes (teclados e vibrafone) e Rodolfo Stroeter
(contrabaixo).
Além da programação principal,
que inclui uma noite de MPB (com
Ivan Lins e Toquinho) e uma noite
de blues (com o saxofonista norte-americano Gary Brown e a banda
nacional Big Allanbik), o Maceió
Jazz também vai oferecer o alternativo Festival Off. Grupos e artistas locais, como Leureny, Everaldo
Borges, Lappann & The Blues Brothers, além da banda Paraíba Jazz,
vão se apresentar nas tardes de
sexta e sábado. Esses shows serão
gravados e devem, segundo o produtor, compor um CD que lançará
o selo Maceió Jazz Festival.
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