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TELEVISÃO - CRÍTICA
Guerra é guerra, mas
precisava ser assim?
TELMO MARTINO
Colunista da Folha
Espera-se tudo de um programa
que se chama "Guerra É Guerra" e
é apresentado até as horas mais altas da noite de sábado pela CNT/
Gazeta. Mas, lembrando-se do detalhe de que o programa traz no título a assinatura -Evê Sobral-
do seu apresentador, pensa-se logo na possibilidade de mais uma
"ego-trip" paulista.
Assim seria se o Evê Sobral não
fosse apenas um jovem rapaz carioca que optou por São Paulo. Pelo jeito, com algum êxito. Teve, por
exemplo, direito a uma transmissão exclusiva das imagens do casamento de Adriane Galisteu com o
noivo Roberto Justus.
E que tal o casamento? A noiva
estava linda, deliberadamente vestida pelo estrangeiro Valentino.
Para compensar essa sensação de
perda, Ronaldo Esper foi convidado para ser o Amaury Jr. da festa.
Quem é Ronaldo Esper? "É o único
estilista do Brasil", explica o conde
Chiquinho Scarpa. "Veste todas as
mulheres da minha família." Inclusive sua jovem esposa, que cintila ao seu lado, como se tivesse
aberto o cofre das jóias de todas as
Gabor. Da Zsa à Zsa.
Aproveitando a dica de que guerra é guerra, todas as mulheres desrespeitaram o pedido para que se
vestissem à la "Cocktail".
Com as louras na maioria, todas
usaram longos de muitos babados
e outros frufrus. Não foi, Marina
de Sabrit? "Achei super correto",
um puro palpite da Hortência Cestinha... Sempre dentro do lema
guerra-é-guerra, a Ana Maria Braga berrou que tinha chegado atrasada. Num close, a Poppovic espocou: "Um casamentão!". Nada
mais se disse.
O Evê Sobral pôs um blazer (?) e
uma gravata horrenda e foi para a
igreja do padre Zeca, bem pertinho das pedras do Arpoador,
Aquele do Deus é dez? Que ótimo.
"Fiz o "Deus é dez' para receber o
papa na praia de Ipanema, de maneira simples e direta." O resto é
história e o Evê aproveitou ao máximo.
Cantou-se muito e ainda mais.
Até o padre Jorjão apareceu para
cantar também. "Celibato é difícil?
Fica bem mais fácil com toda essa
gente que canta comigo." E revela:
"Faço surfe na Barra".
Entre uma emoção e outra, o Evê
faz caridade. A prótese que pediu
há segundos já foi atendida. A televisão está enchendo a igreja de
gente feliz. As perguntas também
estão chegando de todo o Brasil.
Evê nem parece que está na guerra: "Esse já é um especial de Natal.
Está chegando pergunta de todo o
país"; "Olha aqui: é a melhor opção de sábado à noite". Evê fala da
emoção de estar na cidade onde
nasceu. Que noite feliz!
Olha o Ronaldo Esper mostrando, outra vez, a cara dele. Fala de
uma guerra de noivas e logo depois anuncia que a equipe do Mário Covas está vendo o programa
no hospital. A guerra acabou. Vitória!
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