São Paulo, segunda-feira, 19 de janeiro de 2004

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ILUSTRADA

45 mil se empurram para ver Iron

DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

"Este é o pior show do Iron Maiden a que já fui", reclamava o vendedor Alex Jesus Leite de Sousa, 24, enquanto lutava para se manter próximo à grade que separava o palco das 45 mil pessoas que pagaram para ver a banda britânica em sua sexta passagem pelo país, anteontem, no Pacaembu.
O empurra-empurra, principalmente nas áreas mais próximas ao palco, durou quase todo o show e fez com que o vocalista Bruce Dickinson interrompesse a apresentação já nos dez primeiros minutos: "Parem de empurrar. Não quero ver nenhum de vocês acabar num cemitério hoje".
Centenas de pessoas foram levadas aos cinco postos de atendimento espalhados pelo estádio por causa da situação, mas nenhuma com ferimentos considerados graves pelos médicos, que classificaram o fato de "normal em eventos desse porte".
Foram mobilizados cerca de 300 homens da Polícia Militar, além de 450 seguranças, mas também não houve registros de ocorrências sérias.

Disco de ouro
Com quase duas horas de duração, a apresentação da banda inglesa, um dos ícones do heavy metal, com 25 anos de carreira, é parte da turnê de divulgação do álbum "Dance of Death". Pouco antes de subirem ao palco, os integrantes do Iron Maiden receberam da gravadora o disco de ouro pela vendagem deste que é o 13º álbum da carreira do grupo.
Em retribuição, Dickinson declarou: "Alguns pensam que este é o nosso último show. Mas eu digo que, enquanto estivermos tocando, sempre viremos ao Brasil". Mais do que para demonstrar o seu carinho aos fãs brasileiros, um dos mais fiéis da história da banda, a declaração serviu para criticar a atitude de outra banda de metal, o Metallica, que cancelou sua vinda ao Brasil no ano passado, quando milhares de ingressos já haviam sido vendidos. "Quando nós dizemos que viremos a SP é porque viremos", reforçou.
O carisma do vocalista e de seus companheiros de banda, bem como o espetáculo cênico que ajudou a compor a apresentação, serviram para levantar o astral do público mesmo diante dos tumultos, do som baixo em partes do estádio e de um repertório considerado fraco por alguns.
"Eles tocaram mais coisas do [novo álbum] "Dance of Death", mas mesmo assim foi bom", concluiu Sousa, logo após vibrar com uma sequência de sucessos antigos: "Hallowed Be Thy Name", "Fear of the Dark" e "Iron Maiden". Valeu a pena o sacrifício.


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