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ILUSTRADA
45 mil se empurram para ver Iron
DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
"Este é o pior show do Iron Maiden a que já fui", reclamava o vendedor Alex Jesus Leite de Sousa,
24, enquanto lutava para se manter próximo à grade que separava
o palco das 45 mil pessoas que pagaram para ver a banda britânica
em sua sexta passagem pelo país,
anteontem, no Pacaembu.
O empurra-empurra, principalmente nas áreas mais próximas
ao palco, durou quase todo o
show e fez com que o vocalista
Bruce Dickinson interrompesse a
apresentação já nos dez primeiros
minutos: "Parem de empurrar.
Não quero ver nenhum de vocês
acabar num cemitério hoje".
Centenas de pessoas foram levadas aos cinco postos de atendimento espalhados pelo estádio
por causa da situação, mas nenhuma com ferimentos considerados graves pelos médicos, que
classificaram o fato de "normal
em eventos desse porte".
Foram mobilizados cerca de 300
homens da Polícia Militar, além
de 450 seguranças, mas também
não houve registros de ocorrências sérias.
Disco de ouro
Com quase duas horas de duração, a apresentação da banda inglesa, um dos ícones do heavy
metal, com 25 anos de carreira, é
parte da turnê de divulgação do
álbum "Dance of Death". Pouco
antes de subirem ao palco, os integrantes do Iron Maiden receberam da gravadora o disco de ouro
pela vendagem deste que é o 13º
álbum da carreira do grupo.
Em retribuição, Dickinson declarou: "Alguns pensam que este é
o nosso último show. Mas eu digo
que, enquanto estivermos tocando, sempre viremos ao Brasil".
Mais do que para demonstrar o
seu carinho aos fãs brasileiros, um
dos mais fiéis da história da banda, a declaração serviu para criticar a atitude de outra banda de
metal, o Metallica, que cancelou
sua vinda ao Brasil no ano passado, quando milhares de ingressos
já haviam sido vendidos. "Quando nós dizemos que viremos a SP
é porque viremos", reforçou.
O carisma do vocalista e de seus
companheiros de banda, bem como o espetáculo cênico que ajudou a compor a apresentação,
serviram para levantar o astral do
público mesmo diante dos tumultos, do som baixo em partes do estádio e de um repertório considerado fraco por alguns.
"Eles tocaram mais coisas do
[novo álbum] "Dance of Death",
mas mesmo assim foi bom", concluiu Sousa, logo após vibrar com
uma sequência de sucessos antigos: "Hallowed Be Thy Name",
"Fear of the Dark" e "Iron Maiden". Valeu a pena o sacrifício.
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