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EM BUSCA DO OURO
Convidado a dirigir biografia do médium, Breno Silveira diz que não se sente "autorizado" a falar
Chico Xavier é novo desafio para cineasta
DA REPORTAGEM LOCAL
O diretor do fenômeno de público "2 Filhos de Francisco" trata
seu próximo projeto no cinema
com cuidados de ritual místico.
"Acho que não tenho ainda coragem de dizer que vou fazer esse
filme. Não me sinto autorizado
nem por ele a falar sobre isso."
"Ele" é o médium Chico Xavier
(1910-2002), cuja biografia escrita
pelo jornalista Marcel Souto
Maior será transposta para as telas. Silveira, 41, disse que teve
"uma conversa muito interessante" com o autor.
Souto Maior acaba de lançar o
terceiro volume em torno da trajetória do médium. "As Lições de
Chico Xavier - Para Quem Acredita e Para Quem Quer Voltar a
Acreditar" é editado pela Planeta,
assim como os anteriores, "As Vidas de Chico Xavier" e "Por Trás
do Véu de Ísis". A editora diz que
Souto Maior é seu "best seller",
com 250 mil cópias vendidas.
O projeto do filme sobre Chico
Xavier pertence ao distribuidor
Bruno Wainer, que convidou Silveira para a direção. Wainer é o
nome por trás do novo selo
Downtown Filmes.
Wainer também não quer comentar aspectos da produção por
enquanto. Nesse caso, é cautela de
executivo. "Deixa a gente assinar
todos os contratos primeiro", diz.
Em sua antiga sociedade, a Lumière (desfeita no ano passado), o
distribuidor cravou o sucesso nos
cinemas de "Cidade de Deus"
(2002), de Fernando Meirelles.
Lançou também "Olga" (2004),
de Jayme Monjardim, outro título
que ultrapassou a barreira dos 3
milhões de espectadores e que o
Brasil tentou emplacar no Oscar
de filme estrangeiro, sem sucesso.
Silveira titubeia ao falar de Chico Xavier, porque reconhece sua
pouca intimidade com o tema.
"Não é um assunto que faça parte
da minha vida, de novo."
A repetição que o diretor sublinha é em relação a "2 Filhos de
Francisco". Quando foi convidado a dirigir o longa, por encomenda da distribuidora Columbia, Silveira tampouco conhecia o universo da música sertaneja.
Quando se envolveu com o projeto, o diretor visitou o Estado de
Goiás, onde os músicos nasceram, conheceu toda a família da
dupla e passou a ouvir CDs do gênero até no carro, para espanto (e
desgosto) de seus amigos.
Silveira não era a primeira opção da Columbia para dirigir "2
Filhos de Francisco". Antes dele,
Andrucha Waddington foi convidado, mas recusou, porque já estava envolvido com a produção
de "Casa de Areia" (2005).
O longa de Silveira ainda não
havia estreado quando ele ouviu
de dona Helena, a mãe dos filhos
de Francisco, a sentença: "Você
estava destinado a dirigir este filme". Ele acreditou.
(SILVANA ARANTES)
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