São Paulo, segunda-feira, 19 de fevereiro de 2001

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Balthus morre na Suíça aos 92 anos

CLAUDIA ASSEF
DE PARIS

O pintor francês Balthus morreu ontem em seu chalé, nos Alpes suíços, a dez dias de completar 93 anos. O artista plástico foi um dos únicos artistas a ganhar uma exposição no museu do Louvre em vida.
Com a saúde debilitada por vários meses, Balthus havia deixado uma clínica particular na cidade de Rossinière no sábado à noite.
Ele se mudou definitivamente para a Suíça em 1977, com sua segunda mulher, Setsuko Ideta, com quem havia se casado dez anos antes.
Nascido em 1908, em Paris, Balthasar Klossowski de Rola manteve-se entre os pintores realistas mais respeitados da França durante sua carreira, que começou nos anos 30.
Autodidata, distante de modismos e avesso a entrevistas, ele ainda assim era tido como um artista marginal.
Sua data de nascimento, 29 de fevereiro de 1908, um ano bissexto, serviu como pretexto para a orientação de sua obra, considerada desligada do tempo real e sem nenhuma relação com correntes de pensamento ou de estilo. Mesmo seus retratos de jovens parisienses não tinham definição de tempo e espaço.
Aos 17 anos de idade, apareceu na mídia pela primeira vez por ter passado dias no museu do Louvre para copiar um quadro de Nicolas Poussin.
O auge da carreira de Balthus se deu em 1984, quando o artista ganhou megaexposições em Paris e Nova York.
O escritor e ex-ministro da Cultura francês André Malraux (1901-1976) foi um de seus maiores amigos e admiradores.
O pintor não se definia como um artista por não considerar a arte uma profissão. "Sou um trabalhador", dizia.


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