São Paulo, quinta, 19 de março de 1998

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LIVROS
"Madame Bovary", obra mais famosa do escritor francês, abre a coleção "Clássicos da Literatura Universal"
Flaubert inicia nova "Biblioteca Folha"

da Redação

Chega hoje às bancas de São Paulo "Madame Bovary", de Gustave Flaubert, o primeiro volume da coleção "Biblioteca Folha - Clássicos da Literatura Universal", que o jornal passa a lançar em parceria com a Ediouro.
O leitor que comprar a Folha nas bancas poderá adquirir, pagando mais R$ 3,50, um livro que virou motivo de processo em 1857, quando foi lançado na França.
Na época, a obra de Flaubert foi considerada imoral pelo governo francês, que decidiu mover uma ação contra o escritor e também contra Laurent Pichat, diretor da revista "Revue de Paris", onde o romance foi publicado pela primeira vez, em episódios e com alguns cortes. Em um julgamento que despertou grande interesse na França, Flaubert e Pichat acabaram absolvidos.
O motivo de tanta indignação era a forma crítica como Flaubert retratava a sociedade francesa e a maneira crua como a questão do adultério era tratada em seu romance, que demorou cinco anos para ficar pronto.
"Madame Bovary" conta a história de Emma, jovem bela e sonhadora que, para não ter de morar mais com os pais, se casa com o estúpido médico Charles Bovary.
Decepcionada com o casamento, ela se envolve com o fazendeiro Rodolphe, com quem tem o primeiro de seus casos. O relacionamento frustrado com o marido e a paixão por outros homens compõem a parte central do romance.

Próximas obras
Depois de "Madame Bovary", as bancas paulistanas receberão, na próxima quinta-feira, "A Metamorfose", de Franz Kafka.
Entre os primeiros títulos previstos para a coleção estão ainda "O Retrato de Dorian Gray", de Oscar Wilde, "Frankenstein", de Mary Shelley, e "Romeu e Julieta", de William Shakespeare.
Impressos em papel off-set, os volumes têm capa em quatro cores, com orelhas que trazem uma análise da obra publicada.
Segundo Flávio Pestana, diretor-executivo de marketing e circulação da Folha, os cuidados com a seleção dos títulos e com o acabamento das edições têm um objetivo: "Fazer com que os livros façam parte da biblioteca definitiva dos leitores do jornal".
A iniciativa do jornal agradou também figuras do meio literário. Para o escritor e tradutor Modesto Carone, por exemplo, a coleção é importante porque "coloca a grande literatura ao alcance da maioria dos leitores".
A "Biblioteca Folha" começará a circular nas bancas do interior de São Paulo e demais Estados do país a partir do dia 9 de abril. Os assinantes do jornal receberão, em breve, informações sobre como obter, sem sair de casa, os "Clássicos da Literatura Universal".



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