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CINEMA/ESTRÉIA
"A MÁQUINA DO TEMPO"
Produção foi dirigida pelo bisneto do escritor inglês
Obra clássica de H.G. Wells ganha nova adaptação
TETÉ RIBEIRO
FREE-LANCE PARA A FOLHA, EM NOVA YORK
Metade do interesse de "A Máquina do Tempo", que estréia hoje em São Paulo, vem do fato de o
filme ter sido dirigido por Simon
Wells, que é bisneto de H.G.
Wells, o autor do clássico livro homônimo de 1895.
E, diferentemente de vários nomes no meio cultural, ele não se
incomoda com o parentesco.
Quando se refere ao antepassado,
chama-o com um íntimo "agá
gê". Como na frase "a diferença
entre o filme e o livro é que H.G.
não descreve nenhuma viagem
para o passado, como nós fizemos", declarada à Folha na estréia de "Máquina" nos EUA.
"O livro é muito importante para mim, obviamente, mas, como
minha experiência é com animação (é dele a direção de "O Príncipe do Egito'), nunca acreditei que
ia enfrentar o desafio, apesar de a
idéia viver secretamente nos
meus planos", disse ele.
Além disso, a história já havia sido adaptada com competência
para o cinema por George Pal, em
1960. "Acabou acontecendo, e foi
maravilhoso. "Máquina" mistura
duas coisas muito familiares para
mim de maneiras diferentes, a
animação e os escritos de meu bisavô", afirmou Wells.
A trama é basicamente a mesma. Na virada do século 19, um
cientista (Guy Pearce) inventa
uma máquina capaz de levá-lo ao
passado (só no filme) e ao futuro
(800 mil anos na nova versão; o
original é bem mais modesto),
quando a humanidade está dividida em duas raças, os pacíficos
Eloi e os ameaçadores Morlocks.
Faz parte da primeira facção a
personagem Mara (estréia da cantora afro-irlandesa Samantha
Mumba no cinema) e seu filho
Kalen (na verdade Omero Mumba, irmão caçula dela). "Pelo menos agora eu tenho algo em comum com a Madonna e a Jennifer
Lopez", brincou ela. "Nós três fizemos papéis importantes e nenhuma de nós merecia."
Guy Pearce teve motivo diverso
para aceitar o papel. "O filme original me marcou tanto quando
era criança que foi irresistível querer atuar na nova versão", disse.
Foi esse sentimento que fazia com
que o anglo-australiano continuasse trabalhando nas filmagens, conforme afirmou.
"Toda vez que eu ficava cansado
ou de mau humor, pensava: "Por
que estou passando por tudo isso
para fazer um filme de criança?'",
contou Pearce. "Mas logo me
concentrava para lembrar como
tinha sido importante para mim
assistir ao filme original e como tinha me feito sonhar."
Pearce atuou em outro filme de
época, "O Conde de Monte Cristo", ainda inédito no Brasil, mas
sabe que é conhecido do público
pelo trabalho como a drag queen
Felicia Jollygoodfellow, de "Priscilla, a Rainha do Deserto", de
1994. "Até hoje, é minha experiência de vida mais significativa."
A comédia está em sua lista dos
três preferidos, que completa com
"Amnésia/Memento" e "Los Angeles - Cidade Proibida". "Prefiro
personagens que me levem a lugares desconhecidos, como com
esses três."
A MÁQUINA DO TEMPO. The Time
Machine. Direção: Simon Wells.
Produção: EUA, 2002. Com: Guy Pearce,
Samantha Mumba, Omero Mumba.
Quando: a partir de hoje nos cines Anália
Franco, Center Norte, Interlagos, Marabá
e circuito.
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