São Paulo, sexta-feira, 19 de abril de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MÚSICA/LANÇAMENTOS

"SOURCE, TAGS & CODES"

Banda que se conheceu na igreja lança novo CD

Trail of Dead "catequiza" seu rock básico e emocional

DA REPORTAGEM LOCAL

Eles estiveram no final do ano passado no Brasil, onde mostraram em meia dúzia de shows por que valia a pena aprender o longo nome ...And You Will Know us by the Trail of Dead. Para quem perdeu os shows, surge agora "Source, Tags & Codes", terceiro disco e mais novo bom motivo para decorar de vez o nome desse quarteto texano.
O som é rock básico. O disco, lançado agora no Brasil, marca um passo importante, mas delicado, do Trail of Dead: a banda saiu da independente Merge para entrar na gigante Interscope. E o que muda com isso? Quem conta é o guitarrista e às vezes baterista da banda, Jason Reece, 30: "Agora temos mais dinheiro para gravar", diz. Leia mais sobre o Trail of Dead, inclusive sobre a turnê brasileira, na entrevista a seguir. (CLAUDIA ASSEF)

Folha - O que muda com a entrada numa grande gravadora?
Jason Reece -
A quantidade de dinheiro que a gente tem para fazer discos (risos). Agora podemos pagar bons estúdios sem muito estresse. Antes a gente ficava sempre roubando horas de estúdio, era difícil. É sério, a gente pagava em parcelas. Musicalmente, acho que a nossa missão ainda é a mesma. A Interscope foi muito legal nesse aspecto. Não queriam que a gente mudasse. E isso ficou bem claro quando assinamos o contrato. O controle artístico do nosso som era uma prioridade. E, sinceramente, acho que isso foi positivo para eles no fim.

Folha - A passagem pelo Brasil influenciou o som da banda?
Reece -
A turnê pelo Brasil foi a realização de um sonho. A gente mal podia acreditar que estava tocando aí, para um monte de gente. Os shows pareciam sonho, as pessoas são muito apaixonadas, têm tesão de ver música ao vivo. A gente gasta tanta energia no palco... e via que as pessoas estavam na mesma vibe. Tivemos muita sorte de ter ido. O que adoro no Brasil é que todo mundo bebe muito [risos"... e todos te fazem beber caipirinhas ou pinga pura.

Folha - Vocês compraram discos brasileiros?
Reece -
Alguns. Adorei o Chico Science, ouvi muito. Gostei também dos Racionais [MC's", é muito forte o som deles... Adorei o som do funk, daqueles das favelas do Rio. Muita gente falava mal, mas achei ótimo.

Folha - O disco novo é muito emocional... é um CD de "emo"?
Reece -
Existe essa onda de ser melodramático, emocional... Acho que, se você considera "emo" um som como o do Fugazi, tudo bem. Nosso disco é "emo". Mas, se for esse tipo de "emo" em que um garoto fica choramingando por causa da namorada, não tem nada a ver. Sei lá, acho que fazemos simplesmente rock.

Folha - Vocês se conheceram cantando no coral da igreja. A religião entra na música de vocês de alguma forma?
Reece -
Quando você cresce frequentando uma igreja, isso fica marcado na sua vida. Claro que estamos de saco cheio dos dogmas da Igreja... Mas qualquer forma de adoração é intrigante. De uma maneira estranha, o rock é uma forma de adoração. Há uma relação direta entre espiritualidade, adoração e música.


SOURCE, TAGS & CODES - Artista: .....And You Will Know us by the Trail of Dead. Lançamento: FNM. Quanto: R$ 25, em média.



Texto Anterior: MPB punk
Próximo Texto: Outros lançamentos: Braguinha é resenhado aos 95
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.