MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Com a venda da coleção Adolpho Leirner para o Museu de Belas Artes de Houston, no ano passado, ficou evidente a valorização da arte construtiva brasileira no exterior. A eclosão dos grupos Ruptura, de São Paulo, e Frente, do Rio, nos anos 50, foram marcos decisivos na formação dessa vertente artística e são o foco de uma exposição que foi aberta anteontem para o público em São Paulo.
A galeria Berenice Arvani exibe 50 obras de 20 artistas até o dia 30 de maio na mostra "Ruptura, Frente e Ressonâncias", que tem trabalhos de nomes-chave das artes brasileiras, como Alfredo Volpi, Abraham Palatnik, Aluisio Carvão, Geraldo de Barros, Ivan Serpa e Lothar Charoux, ao lado de artistas menos reconhecidos, como Décio Vieira, Rubem Ludolf e Ubi Bava.
"A idéia foi reunir artistas já consagrados lado a lado com nomes menos famosos, mas nem por isso pouco importantes. Também é interessante trazer para São Paulo telas de pintores do Rio, que são menos vistos", conta o curador da exposição, Celso Fioravante, que já organizou no mesmo espaço mostras de Ludolf, Judith Lauand, Arnaldo Ferrari e Rubem Valentim.
Para Fioravante, coletivas como essa vão se tornar cada vez mais difíceis, pois, com o mercado valorizado para a arte construtiva, trabalhos disponíveis vão ficando raros. "Com a pouca oferta, colecionadores têm voltado mais suas aquisições para uma fase posterior, da arte pop, comprando obras de artistas como Rubens Gerchman e Carlos Vergara."