São Paulo, sexta-feira, 19 de maio de 2000


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Nova produção de Ridley Scott, ambientada no Império Romano, estréia hoje em todo o país
O neozelandês Russell Crowe perdeu 23 quilos para protagonizar o primeiro sucesso do verão nos EUA
Ave, Crowe - Com "Gladiador", ele é o ator do ano

Divulgação
O ator Russel Crowe vestido com a armadura do general Maximus, em cena de "Gladiador"


CLAUDIO CASTILHO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Ele quebrou o pé, fraturou o quadril e viu os tendões do seu bíceps romperem a pele durante as filmagens de "Gladiador", estréia nacional de hoje. Meros "contratempos" que não provocaram um dia de atraso nas gravações, nem ocuparam as manchetes dos jornais de variedades.
É a cara do neozelandês Russell Crowe, 36, o ator do ano depois da indicação ao Oscar deste ano por "O Informante", de Michael Mann, e da heróica performance no épico de Ridley Scott: discreto e dedicado, o que não o impede de ser um dos solteirões mais cobiçados de Hollywood no momento.
O diretor Scott, aliás, afirmou que escolheu Crowe para ser Maximus -camponês transformado em general e homem de confiança do velho imperador romano Marco Aurélio- pela sua postura inquestionavelmente viril.
Para o papel, Crowe perdeu os 23 quilos que havia ganho para atuar em "O Informante". Praticou luta de espadas e contracenou com furiosos tigres em plena arena. Coisas de gladiador e tarefa perfeita para Crowe.
Afinal de contas, o ator convive em Hollywood com a fama de machão, mal-humorado e brigão. Mas garante que, na realidade, não é chegado a violência.
Leia a seguir trechos de sua entrevista à Folha, realizada no intervalo das gravações de "Proof of Life", rodado na Polônia, em Londres e no Equador, no qual ele contracena com Meg Ryan. O filme, dirigido por Taylor Hackford, tem estréia prevista para dezembro nos EUA.

Folha - Em "Gladiador", mais uma vez você interpreta um personagem marcado pela integridade. Esse é um fator que pesa na escolha de seus filmes?
Russell Crowe -
Não. Para você ter uma idéia, aceitei fazer "Gladiador" antes mesmo de o roteiro estar pronto. Eu sabia apenas sobre o conceito geral da história. Tinha uma idéia do que seria o filme e trabalhar com Ridley no ano 180 d.C. era tudo o que eu precisava para aceitar o convite. Esse foi um projeto totalmente diferente de "Los Angeles - Cidade Proibida" (1997) ou "O Informante" (1999), cujos roteiros estavam prontos quando eu fui convidado a integrar o elenco.

Folha - Como você se preparou para o papel de "Gladiador"?
Crowe -
História foi uma das poucas matérias que me interessaram na escola. Para me informar mais sobre o período do filme e seus personagens, li as "Meditações", do imperador romano Marco Aurélio.

Folha - O que foi mais marcante para você em relação à época do Império Romano?
Crowe -
O fato de ser um período estranho e, ao mesmo tempo, fascinante e importante para a humanidade. Uma era de conquistas e comportamentos extremados. Havia uma conscientização tanto social quanto política, mas também um nível altíssimo de brutalidade nos eventos esportivos.

Folha - E fisicamente? Você perdeu peso desde "O Informante"...
Crowe -
Mais de 20 quilos. Depois de encontrar Scott na Inglaterra, ele me mandou um bilhete em tom de brincadeira dizendo: "Fortinho é mais atraente".

Folha - E a luta com espadas?
Crowe -
Eu já conhecia o esporte antes de fazer o filme. Mas tive aulas com um dos maiores especialistas do mundo, que chegou a passar um tempo comigo na Austrália, onde moro. Tentei praticar o máximo com as duas mãos para que elas ficassem com o mesmo nível de agilidade. Quando você usa as mãos como uma arma e a todo momento, o melhor é que saiba usá-las muito bem.

Folha - Como foi a experiência de contracenar com tigres na arena?
Crowe -
A princípio eu ia lutar contra um rinoceronte. Mudamos de idéia quando a notícia se espalhou pela Internet. Mas o problema é que os tigres não possuem o talento da obediência (risos). O trabalho com eles, que estava previsto para durar seis dias, acabou sendo feito em 12.

Folha - Você chegou a se machucar durante as gravações?
Crowe -
Várias vezes. Quebrei meu pé, fraturei o quadril, os tendões de meus bíceps saltaram para fora... Vários contratempos que, felizmente, não causaram a suspensão do trabalho.


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