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Curta "Bintou" é preferido na Quinzena dos Realizadores
DO ENVIADO A CANNES
Se o critério for o volume dos
aplausos, o curta "Bintou" deve
levar o prêmio da paralela Quinzena dos Realizadores. O filme de
31 minutos e outros três concorrem com o brasileiro "As Mulheres Choradeiras", da paraense Jorane Castro, o único representante do país numa mostra competitiva em Cannes.
Os cinco foram exibidos anteontem à noite no hotel Noga-Hilton, com a presença de todos
os diretores.
"Bintou", o preferido, é uma
produção da França, Zimbábue e
Burkina Fasso, dirigida por Fanta
Régina Nacro.
Divertido e simples, é a briga
entre um casal que vive em Uagadugu, a capital de Burkina, ele
marceneiro, ela querendo iniciar
o próprio negócio de venda de
milho fermentado, mas sendo sabotada pelo marido machista.
Disputam ainda o prêmio o
francês "On s'Embrasse?" (Nos
Beijamos?), de apenas seis minutos, o segundo mais aplaudido da
noite, comédia ligeira sobre uma
atriz que ensaia um texto num
bar; o péssimo "Hautes Herbes"
(Mato Alto), também francês,
uma fantasia neoconcretista chata; e "Shon", sobre um mendigo
acordeonista que vive tocando
pelos metrôs de Paris, mediano.
Já "As Mulheres Choradeiras"
fala, com algum humor, mas filmado de maneira irregular, da vida de três velhinhas carpideiras,
que são acusadas pela polícia de
uma cidadezinha no Pará de estarem violando cadáveres.
Elas de fato estão, como se descobre logo no início (o filme tem
15 minutos), mas enfeitiçam a comunidade inteira para se darem
bem.
Curioso, mas apenas isso. Foi o
terceiro na preferência do público
presente.
(SD)
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