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ARTES PLÁSTICAS
Nova responsável pelo evento diz que próxima edição, prevista para 2006, terá número reduzido de artistas
Lisette Lagnado assume a 27ª Bienal de SP
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
Lisette Lagnado. Nos próximos
16 meses esse é o nome da curadora mais assediada no país, graças
ao cargo para o qual acabou de ser
eleita, ontem, como responsável
pela 27ª Bienal de São Paulo, que
tem início previsto para setembro
de 2006. Lagnado terá quatro co-curadores: Cristina Freire, do Museu de Arte Contemporânea da
USP, a espanhola Rosa Martinez,
atual co-curadora da Bienal de
Veneza, Adriano Pedrosa, co-curador do Insite 05, José Roca, da
Biblioteca Lis Angel Arango, em
Bogotá, na Colômbia, além de Denise Grinspun, responsável pela
ação educativa.
Segundo Lagnado, 44, "a Bienal
terá um número reduzido de artistas, para que cada um possa
comparecer com um conjunto representativo de seu trabalho". O
tema, "Blocos sem Fronteiras",
parte da definição de artista construtor: "Tomo emprestada essa
idéia de Hélio Oiticica, para quem
construtor é uma figura capaz de
modificar a maneira de ver e de
sentir, mas sem rezar pela cartilha
do formalismo".
A Bienal será organizada em sete blocos, em vez de núcleos e segmentos, conceito também desenvolvido a partir das idéias de Oiticica, nesse caso das Cosmococas.
"Elas tinham idéia de conglomerado, e bloco é bloco de Carnaval,
portanto uma palavra que dá noção de coletivo. Bloco também
tem uma conotação política", diz.
Os sete blocos terão artistas brasileiros, antecipados por seminários internacionais, de acordo
com as seguintes temáticas: Conglomerado em Construção, Novas Formas de Participação na
Arte: Parcerias, Participação e
Trocas; Porque Tantas Ruínas e
Vontade de Memória; Do Cinetismo às Participações Sociais; Filmes de Artistas e Documentários;
O Acre: de Território a Estado; e
Marcel 30, uma homenagem ao
30 anos da morte do artista belga
Marcel Broodthaers (1924-1976).
Segundo Lagnado, a mostra não
terá os núcleos históricos, "por
orientação da própria direção da
Bienal, que considera essa uma
missão já bem cumprida e que a
instituição deve valorizar o que
está para vir".
O processo de escolha, inédito
na Bienal, foi desencadeado pelo
presidente da instituição, Manuel
Francisco Pires da Costa, que indicou uma comissão curatorial,
composta por Elizabeth Machado, Evelyn Berg Ioschpe, Eleonora Mendes Caldeira e Maria Ignez
Corrêa da Costa Barbosa, que indicaram quatro curadores para
apresentarem projetos e escolheram uma equipe externa para
avaliar tais projetos. Aceitaram o
pedido Anna Maria Belluzzo,
Paulo Venâncio e Lagnado.
Anteontem e ontem, os curadores da comissão de seleção estiveram reunidos em sistema de videoconferência para tomar a decisão, após entrevistar os candidatos. Os membros dessa equipe
foram os brasileiros Paulo Herkenhoff e a historiadora Aracy Amaral, mais a norte-americana Lynn
Zelevansky, do County Museum
de Los Angeles, o espanhol Manuel J. Borja-Villel, diretor do
Museu de Arte Contemporânea
de Barcelona, e João Fernandes,
do Museu de Arte Contemporânea de Serralves, no Porto.
O resultado coincide com enquete realizada pelo site Canal
Contemporâneo que, ontem pela
manhã, indicava Lisette Lagnado
com 55% de aprovação, num total
de 93 votantes espontâneos.
Segundo Pires da Costa, a próxima edição da mostra também terá
entrada gratuita, a exemplo da última edição, que bateu o recorde
de público, com 917 mil visitantes.
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